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TIRIRICA E OS LETRADOS


O cômico TIRIRICA acaba de virar a nova "revolta" da society, inconformada com esta democracia tão demodê, com cheiro de povo, estes "profissionais menores", como os cômicos, os cantores, os pagodeiros...por extensão várias profissões de nível médio.

Um dia destes em uma missa, no dia da eleição, o padre falou que não era bom votar em religiosos e cantores. Quanto aos religiosos estou de acordo, embora ache difícil se estabelecer critérios proibitivos desta participação.

Mas impedir cantores, então incluamos também os carpinteiros, e eliminamos qualquer possibilidade de Jesus Cristo se candidatar.

Por trás desta perseguição está uma velha concepção que diz que "somente os formados em curso superior é que podem ser políticos de verdade".

Velha, porque Abraham Lincon, Lula, mais recentemente Netinho, e outros já viveram e vivem este tipo de preconceito.

Velha, porque está fincada na política desde os primórdios da dominação das classes mais ricas, que deveriam ter a "verdadeira representatividade".

As experiências mostram que muitos letrados cometeram muitos erros em suas gestões tanto políticas, quanto profissionais, e nem por isso foram criminalizados em seus erros. Fernando Henrique privatizou a Petrobrás; perdão, vendeu as ações da Petrobrás na bolsa de Nova York e nada.

 Muito pelo contrário, muitos continuam por aí com seus orgulhos e suas prepotências.

Por isso o TIRIRICA incomoda. Ele é um espelho real de nossa democracia, que ninguém quer ver, o lado jocoso, que desanca os grandes, com sua humorada presença, o lado do protesto primitivo, da política que aí está, distante do povo.

Se ele fizer o que prometeu, isto é contar o que os deputados fazem no congressso, terá feito um grande serviço, pois arrancaria muitas verdadeiras tiriricas de lá, que empesteiam, atravancam, imobilizam, prejudicam os direitos do povo, em seus lobby's, representando de fato setores financeiros, industriais, latifundiários, internacionais,etc....e não os pequenos, que estão à mercê dos poderosos.

Agora sobressai-se um Promotor, de nome Maurício A. R. Lopes, buscando escarafunchar  a formação educacional do TIRIRICA.

À sombra da milhionária votação de TIRIRICA é fácil evidenciar-se.

Haverá de fato Espírito Republicano nesta intervenção? ou Projeção política no Ministério Público? ou Influência político partidária? Está movido de boas intenções? Espero que sim.

Penso comigo mesmo, o que é pior: um candidato como o TIRIRICA, que pode passar uma mensagem de despreparo, o que não é crime eleitoral? Ou alguém usar os estudos de outros, como se fosse dele, em seus próprios trabalhos?

Um pode ser desqualificado por baixo, porque é um palhaço; mas não pode também haver uma desqualificação por cima, ao se plagiar pensamentos e textos de outros?

Existem tantos por aí, que se utilizam de materiais de outros em seus próprios documentos e livros, tendo sido até processados por isso, sem que, no entanto, possam ser condenados por esta transgressão grave.

O fundamental não é a letra, mas a ética, a fidelidade aos interesses da maioria.

O fundamental que deve ser buscado no TIRIRICA não é se ele é semi alfabetizado, mas se ele tem ética e compromisso com estes milhões de votos. E isto ele terá como provar em seu mandato reconhecido por milhões de eleitores

A justiça brasileira, imperial e tardia, que se nega  posicionar-se na definição dos fichas limpas, empurrou o problema para debaixo do tapete, pensando que nada aconteceria. Postergou, postergou, postergaou...

Agora existem vários candidatos que estão sub judice, sem que lhes sejam computados os votos, após participarem das eleições com direitos resguardados pela indefinição do judiciário. O pior que se poderia esperar era o judiciários subtrair os votos populares, tornando-se um super eleitor sobre nós. Uma ditadura judiciária. E como eles sonham

Tudo está aí, para ser visto.

O Judiciário, neste momento, se arvora a passar por cima do voto popular.

Talvez até a eleição de Geraldo Alckimin no primeiro turno possa estar também sub judice, pois o seu coeficiente acima de 50% pode ser menor do que os votos  daqueles que se elegeram sub judice, por exemplo o Maluf. E aí?

 Eta justiça tardia (eu não falei covarde).

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