Quero ser um medalhista
nas Olimpiadas da vida!
O primeiro a ouvir,
o último a falar.
O que evita discussões,
quando provocado;
e o que discute,
quando tudo é treva.
.O que revolve a verdade,
soterrada nos escombros
da realidade diária,
e esconde as próprias dores
para não abafar
a alegria.
O que, serenamente
se alegra,
e serenamente,
se entristece.
sem que ambas
sejam reconhecidas.
Difícil medalha,
que atravessa
a pobreza
a fome
a doença
o abandono
a discriminação.
Medalha da Humanidade!
Medalha da vida!
Não competitiva.
Compartilhada !
Em muitos,
de um
só peito.
Do grito oprimido
que ecoa sem fim...
e ninguém escuta.
Das tentativas
de reproduzir o belo
e acreditar...
e ninguém vê.
Superarei estes limites
preestabelecidos
da amorosidade morna,
crenças privadas
atingindo os marcos
da pureza da alma,
escondida
de todos,
aquardando
quem mergulhe
em sua profundidade
e ainda assim sobreviva.
Medalhista do último lugar!
Da simplicidade,
do desaparecer
ser ninguém.
A medalha
que não se vê.
que não se ganha
não se comemora.
A medalha da vida
de cada um de nós.
João Paulo Naves Fernandes
09/08/2016
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