Estão gestando...
guardando
silenciosamente,
grão a grão,
os dissabores
desta vida.
a comida
que falta
á mesa,
o emprego
nunca
encontrado,
(em infinitas
caminhadas
por todos
os lugares,
sem sucesso),
as portas
fechadas,
das políticas
pouco
abrangentes.
Sonhos
morrem
na realidade.
São
milhares
em quedas
diárias,
olhares
caídos,
bocas
silenciosas,
choros
de crianças,
humildades
forçadas.
Até quando?
Camada
sobre camada
de desalentos
crescem
nos corações
nas mentes
Quem sabe
soltasse
um grito!
Alguém
ouvisse,
gritasse
junto!
Quem sabe
fosse
ao meio
da rua
do parque
da porta
do palácio,
e trocasse
a morte
pela vida.
Idéias
que voam,
vão
e vem
Ultimos
recursos
estão
à mesa,
postos,
aguardando
o estampido.
Explodirão
sem controle,
sem direção,
desafiando
a ordem
dos poderosos.
Enquanto isso,
um tempo
eterno
de espera.
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