quinta-feira, 13 de novembro de 2025

PARTE DE MIM

 


Ó parte de mim, 

que me deixaste, 

por onde andas?


Trazias as espumas, 

arrebentação constante 

de ondas,

desprezavas 

sua imensa contenção, 

mar indomado...


Tinhas palavras extraídas 

dos regatos cristalinos, 

antes que as águas  

se  ajuntassem caudalosas 

no afã diário.


Mantinhas a pureza 

da verdade, 

caminhavas altiva,, 

intocada presença 

divina de si.


Nada abalava 

seu lânguido percurso, 

pés seguros, 

fronte erguida,


Nada a amedrontava... 

admiravas os portões, 

guardavam segredos,

preferias os campos abertos, 

sua incursões 

eram sempre novas...


Parte de mim, onde andas?


Um dia, se me lembro, 

ou foi ao longo do tempo?

sem mais,  saistes, 

para não mais voltar, 

deixando-me,

de presente, 

a realidade.


Sua leve despedida 

foi percebida 

tardiamente...

retendo vida 

por onde passou, 

disfarçando a ausência.


Esforço-me por encontrá-la 

em meu cotidiano, 

sei que ainda anda 

a vagar por ai, 

dona de si, 

integrada. 


Alerta-me 

das grandes distâncias 

das teorias...

a simplicidade da vida


Deixa-me escritos, 

onde decifro 

seu belo labirinto 

de surpresas,  

desperta-me 

madrugada afora


Parte de mim, 

convida-me a percorrer 

novamente contigo 

os caminhos, 

nem que seja 

em versos 

despertos 

noturnos

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PARTE DE MIM

  Ó parte de mim,  que me deixaste,  por onde andas? Trazias as espumas,  arrebentação constante  de ondas, desprezavas  sua imensa contençã...