Coloco minhas roupas
para secar no varal,
ao lado da jaboticabeira,
o sabiá alegra-me com o dia.
Aproveito que o Sol
me invada também,
secando a sujeira
que ficou de ontem.
Prendo com grampos
a rigidez na roupa úmida,
certo que os ventos
sacudam a rabugice
para longe
Estico na roupa a ser presa,
essa lingua tagarela,
para que possa calar-se,
deixando os demônios enjaulados
No primeiro varal
ficam as mãos erguidas
com roupas
tiradas dos ombros,
pesam,
clamando um despertar
diante de tantas situações,
eu tão omisso...
No último
ficam as peças
menos usadas ,
secam na sombra,
demoradamente,
estão cansadas
do uso contínuo,
torcem por novidades.
Dependuro a esperança
no calor do dia,
com a certeza
de recolhê-la à tarde,
guardá-la para o amanhã
nem tudo é para hoje,
estarão preparadas.
Meus varais estão
sempre à espera,
aproveitam a luz,
o calor,
os ventos
prendem a ordem
seguram a vida
que balança...
Nenhum comentário:
Postar um comentário