segunda-feira, 17 de novembro de 2025

VARAIS

 


Coloco minhas roupas 

para secar no varal,

ao lado da jaboticabeira,

o sabiá alegra-me com o dia.


Aproveito que o Sol 

me invada também, 

secando a sujeira 

que ficou de ontem.


Prendo com grampos 

a rigidez na roupa úmida, 

certo que os ventos 

sacudam a rabugice 

para longe


Estico na roupa a ser presa,

essa lingua tagarela, 

para que possa calar-se, 

deixando os demônios enjaulados


No primeiro varal 

ficam as mãos erguidas 

com roupas 

tiradas dos ombros, 

pesam, 

clamando um despertar 

diante de tantas situações, 

eu tão omisso...


No último 

ficam as peças 

menos usadas , 

secam na sombra, 

demoradamente, 

estão cansadas 

do uso contínuo, 

torcem por novidades.


Dependuro a esperança 

no calor do dia, 

com a certeza 

de recolhê-la à tarde, 

guardá-la para o amanhã 

nem tudo é para hoje,

estarão preparadas.


Meus varais estão 

sempre à espera,

aproveitam a luz, 

o calor, 

os ventos

prendem a ordem 

seguram a vida 

que balança...

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