Pular para o conteúdo principal

CONDENAR OS NARDONI É SER CRISTÃO?

Impressionou-me muito a repercussão do caso do assassinato da menina Isabela Nardoni, pelo Pai Alexandre Nardoni e Ana Jatobá, a madrasta. Porque o ódio generalizou-se no meio das pessoas, exigindo a condenação de ambos, a ponto de não se poder ter outra opinião. Mas tem uma questão que incomoda sobremaneira:

Afinal, Jesus Cristo condenaria também este assassinato, como a grande maioria do povo o fez?

Mas Jesus mesmo diz que não veio para condenar, mas para salvar?

Ué? Então posso pensar que Jesus lhe perdoaria? Penso que sim. São inúmeras as situações tanto no Antigo, como no Novo Testamento em que este perdão é possível. Lógico, dependeria de ambos terem se arrependido sinceramente de seu ato criminoso, e se disporem a iniciar uma vida nova, corrigindo-se.
Não vai retroceder a vida da Isabela, bem sabemos. Certamente ela deve estar neste momento na Glória de Deus, como um anjinho, junto com todos os santos, que contemplam Deus face a face.
Mas não posso fazer parte do coro da fogueira santa, inquisição midiática, que quer me colocar um ódio aos assassinos.

"A mim a justiça". Não é assim que Deus diz?

Estamos em plena Semana Santa. Quantos de nós não chorarão a condenação de Jesus, vendo o povo pedir que o Senhor seja crucificado.

"Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra" Esta frase de quem é?

Vamos jogar as pedras ao chão, e pedir pela cicatrização do coração da mãe, Ana Carolina, pais, avós, porque pior do que o crime, é o revanchismo e o ódio que satanás planta nas pessoas, depois de ter conseguido seus objetivos.

Paz e bem!!

Comentários

Anônimo disse…
João, Creio que o perdão das boas energias, seja melas denominadas Jesus, Budha ou seja lá quem for deva ocorrer num campo sutil, na alma e no espirito. No campo pragmático esses casos deveriam ser tratados de forma mais racional e rapida. Um casal que deveria proteger e educar, fez exatamente ao contrario. Casos como esse deveriam receber prisao perpétua e deveriam trabalhar para bancarem seus custos de moradia e alimentação. Com isso nao iriam correr o risco de repetirem o gestos com os filhos atuais e dos outros. Além do que serviriam de exemplo para coibir atos dos outros.
Obrigado Fabiano. Também pensei muito assim, e sei que eles estão pagando. Não tiveram a coragem de admitir o crime que cometeram. Mas devo te dizer que também fiquei chocado com o mesmo tipo de violência ao ver o povo também desejando tudo de ruim para eles. É como se um espelho fosse colocado fazendo as pessoas ficarem parecidas na ferocidade.

Postagens mais visitadas deste blog

Soneto de Dom Pedro Casaldáliga

Será uma paz armada, amigos, Será uma vida inteira este combate; Porque a cratera da ... carne só se cala Quando a morte fizer calar seus braseiros. Sem fogo no lar e com o sonho mudo, Sem filhos nos joelhos a quem beijar, Sentireis o gelo a cercar-vos E, muitas vezes, sereis beijados pela solidão. Não deveis ter um coração sem núpcias Deveis amar tudo, todos, todas Como discípulos D'Aquele que amou primeiro. Perdida para o Reino e conquistada, Será uma paz tão livre quanto armada, Será o Amor amado a corpo inteiro. Dom Pedro Casaldáliga

UM CORPO ESTENDIDO NO CHÃO

 Acabo de vir do Largo de Pinheiro. Ali, na Igreja de Nossa Senhora de M Montserrat, atravessa  a Cardeal Arcoverde que vai até a Rebouças,  na altura do Shopping Eldorado.   Bem, logo na esquina da igreja com a Cardeal,  hoje, 15/03/2024, um caminhão atropelou e matou um entregador de pão, de bike, que trabalhava numa padaria da região.  Ó corpo ficou estendido no chão,  coberto com uma manta de alumínio.   Um frentista do posto com quem conversei alegou que estes entregadores são muito abusados e que atravessam na frente dos carros,  arriscando-se diariamente. Perguntei-lhe, porque correm tanto? Logo alguém respondeu que eles tem um horário apertado para cumprir. Imagino como deve estar a cabeça do caminhoneiro, independente dele estar certo ou errado. Ele certamente deve estar sentindo -se angustiado.  E a vítima fatal, um jovem de uns 25 anos, trabalhador, dedicado,  talvez casado e com filhos. Como qualquer entregador, não tem direito algum.  Esta é minha cidade...esse o meu povo

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod