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O que está por trás deste belo e ensolarado dia de domingo

Domingo bonito, gente descansando, alguns dirigindo-se às suas igrejas (se todos fossem, elas estariam cheias, e não caberiam a todos). A verdade é que o número dos que vão à Igreja é mínimo, comparado ao total da população. Existe uma espiritualidade egoísta, que afirma fazer o culto doméstico, isto é, rezar em casa, não sem antes alfinetar a Igreja, "onde não é preciso ir". "Eu converso com Deus do meu jeito". Como disse um padre, no curso de teologiada da Diocese do Campo Limpo, quando dizia:
1) Falar de Deus todos falam, é uma beleza. É um mundo cheio de Deus(escondem-se utilizando Deus).
2) Falar em Jesus, aí o número já diminui bastante. Falam, mas em particular, ou quando não tem mais saída.
3) Falar na Igreja. Ah, da Igreja quase ninguém fala. E, se fala, é para criticar

Lembro-me de ter lido sobre uma passagem de Madre Teresa de Calcutá, sendo entrevistada por um jornalista, que lhe perguntou sobre os problemas da Igreja (não é novo o bombardeio sobre a Igreja). Ela respondeu de pronto:
Os problemas são dois: eu e você.

Somos nós sim, os que se esquecem dos sofredores, distanciando-nos dos esquecidos e abandonados. Os que fingem que está tudo bem, e convivemos como se nada estivesse acontecendo. Vivemos num mundo, onde a crença está de um lado, onde as pessoas pensam que fazem seu culto e está tudo bem, e a realidade está de outro, aguardando nossa verdadeira conversão.
Domingo muito bonito, com um belo sol. Mas embaixo do sol, crianças cheirando cola, cracolândia, povo que revolve e se alimenta do nosso lixo, literalmente.

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