Pular para o conteúdo principal

Índia: agressão de radicais hinduístas contra universidade jesuíta

Diretor detido e estudantes feridos

Sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012 (ZENIT.org) - Um ataque de hinduístas radicais contra um centro universitário jesuíta em Bangalore, na Índia, espalhou o terror e deixou estudantes feridos. A agressão foi cometida por mais de cem membros de grupos extremistas hostis aos cristãos e especialmente às suas instituições educativas. As consequências poderiam ter sido muito mais graves, de acordo com a agência Fides.
Nesta segunda-feira, a multidão de extremistas, pertencentes aos grupos radicais Vishwa Hindu Parishad, Bajrang Dal, Rastra Sakthi Sene e Karnataka Rakshana Vedike, irrompeu no campus com o pretexto de que a bandeira nacional indiana não tinha sido hasteada no dia anterior, Festa da República na Índia.
O diretor do instituto, pe. Melwin Mendonça, SJ, contou que jesuítas e estudantes viveram horas de grande temor, particularmente por causa da suposta cumplicidade das instituições civis e das forças de segurança. No grupo de agressores, por exemplo, havia membros do conselho administrativo da cidade.

Quando os jesuítas chamaram a polícia, “o inspetor e os agentes se limitaram a ficar olhando a violência, permitindo que os distúrbios no campus se prolongassem durante mais duas horas”, denuncia o diretor.
O pe. Melwin Mendonça não foi autorizado a fazer nenhuma declaração aos invasores. A multidão gritava pedindo a sua detenção.

O jesuíta, para tentar acalmar a situação, consentiu em ser detido, mesmo sem nenhum tipo de acusação. Em lugar de ser levado de carro, os agentes o obrigaram a percorrer a pé o caminho até a delegacia de polícia. Os extremistas continuavam gritando contra as minorias cristãs e contra o diretor. Alguns estudantes do campus, que intervieram para proteger o diretor, foram agredidos e machucados.
O diretor ficou retido pela polícia sem nenhum motivo desde o meio-dia até as nove horas da noite. Quando o liberaram, a polícia não quis registrar a denúncia por agressão pessoal, pela invasão do campus ou pela violência física sofrida pelos estudantes.
O pe. Melwin comentou a Fides: “A bandeira que não foi hasteada era só uma desculpa. Os grupos radicais hinduístas visitaram o nosso instituto oito vezes neste último ano acadêmico. Eles queriam que os nossos estudantes aderissem aos seus movimentos. Alguns líderes hinduístas afirmam que o instituto deveria ser fechado, que não deveriam mais conceder autorização para os cristãos abrirem instituições educativas, porque, na opinião deles, nós destruímos a cultura da Índia. Temos muitos casos parecidos em Karnataka, onde os cristãos são perseguidos”.
O Instituto Universitário São José de Anekal existe há mais de quarenta anos. Tem 378 estudantes, 200 dos quais são dalit(intocáveis), ou seja, os membros excluídos da sociedade hinduísta tradicional. Outros 60 pertencem a grupos indígenas.

Fonte Zenit

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...