Pular para o conteúdo principal

O não ser do ser


É tão raro ver alguém que saia de si, e considere o outro com interesse maior.

Sim, muitos defendem esta tese cristã, judaica, islâmica, budista, induísta, porque permeia todas as religiões.

São, por isso mesmo os maiores pecadores, porque proclamam o que não praticam. Muito poucos conseguem harmonizar o eu no nós.

Que não dizer das posições políticas?

Quantas decepções não passam diariamente diante de nossos olhos, de pessoas que eram puras, beirando a perfeição, e repentinamente, afogam-se em erros e atos duvidosos.

Há um momento em que o silêncio se torna obrigatório, para reencontrar-se o eixo perdido, em meio ao turbilhão de idéias, de acontecimentos, que nos deformam e a todos, durante o caminho.

Porque a vida não tem razão de ser, se for a mesma, repetida e repetida.

Silêncio de tudo, exterior e interior.

Silêncio de escuta em meio ao nada.

Hoje há a consciência de que as palavras proclamadas envelhecem e se extinguem no espaço.

Há uma procura pelas essências dos sabores, das verdades escondidas, como se estivéssemos num dos inúmeros espelhos de um caleidoscópio gigante e invisível, e entrássemos em uma nova dimensão, que nos remete a outras, e outras, até não se encontrar, porque nunca se esgota.

Por isso, contemplar sem se posicionar, dizer com abertura e ouvir isento, defender mas sendo flexível em concordar, lutar para amar, porque há um conhecimento do amor a ser trilhado, enfim, compreender o nada de tudo, e que aqui estamos em caminhada obscura.

Por decantação chegaremos ao conhecimento infindo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...