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Porque será que ainda tenho esperanças em São Paulo, nos sábados pela manhã?

Será porque algumas pessoas, constrangidas com o encontro, ainda se cumprimentam?

Porque vejo pais passeando com seus filhos?

Ou, então, os idosos fazendo ginástica, nas pequenas praças escondidas?

Será o sol da manhã e a ausência de nuvens?

A véspera do domingo?

Não sei ao certo, mas renasce em mim uma possibilidade real de ter uma cidade feliz, atendendo a todos igualmente, ricos e pobres.

Não importam os problemas. Neste instante, eles parecem menores, superáveis, nunca crônicos.

Serei eu...afinal, o problema?

Que não estabeleço um sábado eterno em meus sonhos?

Que vejo tudo cinzento, e me amedronto?

Estarei eu,drogado pela ideologia do medo?

Vassalo dos meios de comunicação, que me incutiram a impropriedade com tudo e todos?

Neste instante faço manchete de meus azares, e descubro como é fácil turvar a naturalidade da vida,  estabelecendo pedras, e não caminhos.

Mas será que este sábado poderá me redimir na segunda?

Só Deus.

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