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Mostrando postagens de julho, 2024

FINAL DE JULHO.

 Experimentamos em Julho um clima temperado para frio, principalmente às noites em Ubatuba. Para os que gostam de ir à praia, posso dizer que junho e julho são os melhores meses do ano, descontando o vento constante e a água fria do mar. De resto, o Sol não é forte e pode-se ficar o dia na praia sem se queimar. Este ano foi maravilhoso o clima em Ubatuba.

VERSO MUDO

 O poema  trava feroz combate  com a frieza humana. Alça voos de liberdade diante do Sol da razão.  Vai em busca  dos que sofrem,  dos que choram,  lhes dá instantes  de consciência e paz. Viaja só,   em espaços pedregosos  onde o suor do trabalho  endurece corações,  o interesse sufoca a paz. Despede-se das formalidades  aprofundando saberes.  Desperta mudos,  dá luz aos cegos  santifica as palavras Muito rejeitado Pouco acolhido

LIMIAR

Convicto dos meus limites, amálgama de leve tristeza  vejo o tempo  das possibilidades  despedir-se. Desconto  os sonhos suspensos  de suas ambições,  até esquecê-los. Aceito o desfecho fugaz  de algo que se desfaz. Olho o instante,  o agora,  o outro,  e me pergunto  quanto me resta. 

CONSTRUÇÃO

 Eu tenho  um caminho. Névoas  podem estar  obstruindo  a vista  à frente.  Não é onde irei chegar,  mas como  caminho.  O fim é o fim,  não se sabe  como será.   Sei onde ponho os pés,  sei das palavras  que saem da boca,  sei o que vejo. Presto muita atenção  em tudo  o que falam  e fazem. Choro e sorrio  pelos povos  que se espalham. Volto-me contra  os opressores  de toda ordem,  vazios e falsos Identifico níveis  de sinceridade,  porque o Sol,  as dificuldades  também moldam. Não espero  um mundo novo,  construo. Tudo é novo  para ser mantido,  ser mudado.  Tudo é novo  para ser descoberto,  e amado.

COLETA DE EXAMES

julho 29, 2024  Coletavam letras  com sangue  fora dos padrões  aceitáveis. Recusavam seguir  retilíneos,  escapavam  pelas encostas  dos pensamentos. Vasculhavam   com densitometria  poética,  onde a razão  deixa escapar  sentidos novos  não previstos. O Raio X identificava  palavras calcificadas  abaixo da epiderme,   tímidas de exposição, envergonhadas.  Alterava a pressão arterial  impunha novas rimas,  Sonetos extintos, decassílabos heroicos,  haikais de perdição.  Aguarda o diagnóstico  supremo do livro,  lido e mastigado.

ATÉ

Sequei... Ficarei um tempo  com meu vazio Não me procurem,  poderão decepcionar-se. Estou cheio  de quinquilharias  dependuradas  na cabeça.  Vou fechar-me  no quarto,  fechar os olhos,  esconder-me  debaixo do lençol.  Não quero ver ninguém.  Não me liguem,  não atenderei. Não sei quando volto. Tenho um cansaço  de tudo e todos, até de mim,  de como sou. Nos vemos  a qualquer  momento,  não sei quando. Então, até qualquer hora.

TRAJETO

O que está  à frente,  não sei... Sei que estou seguindo. Aonde irá dar,  desconheço... Conheço meus passos. Em que momento  encontrarei descanso... uma incógnita. Fico descontando  sempre esta possibilidade.  De alguma forma calculo,  de alguma forma... As vezes acerto,  outras tantas espero.  Vejo uma construção  sendo feita... Desconheço  no que resultará. Apenas acrescento  tijolo sobre tijolo.

RECADO

Vou deixar  um recado  para você  e espero  que leia: Não se esqueça  de dizer, para não  ser lembrado  ter esquecido. Nem aumente o que dizer,  para não tornar  a mensagem mais importante  do que é.  Preserve  o sentido  estrito, não atrase,  perde a validade. Seja sereno  sem expressividade,  para as palavras  serem consideradas  na devida medida. Saia logo  sem nada  comentar,  você apenas  passou o recado. Caso consultado,  não extrapole  o tema tratado,  mas reafirme  a mesma tonalidade. Seja  o passador  do recado,  entre um emissor  e um receptor. Agora,  que o recado foi passado  espero que possamos  incorporar  outras dimensões  neste formato, estar sempre  no meio campo  da vida,  protagonistas  da simplicidade. Recado dado.

RITMO FINAL

RITMO FINAL Os nomes estão desaparecendo... não é demérito,  mas um círculo restrito  de pessoas se assenhora  sobre tudo. As relações vão se reduzindo... não deixam sua importância,  a razão de ser  diminui. Os acontecimentos são alguns... em vista de tantos,  mas é preciso concentrar  as energias restantes  no mais importante. O amor toma novos contornos... não é perda de tônus... mas descobertas criativas  inusitadas,  suprem,  surpreendem. As atividades  assumem transcendência... ainda que muitas necessárias,  poucas adquirem importância  final,  conclusiva.  O tempo  perde planejamento... nada contra  decidir antes... mas o tempo  está se esgotando,  convida apreciar  o dia a dia,  simplesmente.  A comunicação  diminui a exterioridade... mantém aquelas importantes  busca a essência,  fuga da superfície,  sim sim não não. Há um aproveitamento  geral especial,  com desprendimento  dosado,  comedido,  forma de corresponder  às exigências  mais urgentes

A PAZ

Apascentar a vida  no caminho. Saber identificar  o principal. Livrar-se do acessório. Sentir-se livre  apesar das injustiças,  domínio de si. Estar desarmado, apreciar o belo. Reconhecer o poder  do argumento  como instrumento  de convencimento. Estar fincado no justo, reconhecer  a necessidade  dos pequenos. Mais sorrir,  também chorar. Tomar sempre  a iniciativa  da reconciliação, reconhecer erros. Saber-se falho,  ser franco, fraterno, solidário. Andar junto, interessar-se  por soluções  em todas  as áreas  . Descobrir  os diversos  níveis  do amor. Tirar lições  para reconhecer  dimensões de paz. Conseguir perceber  a paz  que transcende  o mundo,  dificil, mas acessível  Ter abertura  para tudo  sem preconceitos.

FECHAR O TEMPO

Interromper agora O que vem acontecendo... É preciso mudar tudo. Dar um grande basta. Todas as dores se aliam irracionais num grito  proscrito. Porque a ordem  é morte o poder é morte.

A VERDADE

A VERDADE julho 23, 2024 A verdade dói,  quisera não dizê-la.  Calar-me? Não posso.   A maioria não suporta.  A verdade exclui  seus defensores,  mata-os. A verdade  se afirma  como necessidade  de consciência,  livra do padecimento  coletivo,  prisioneiro. A verdade  não tem hora  nem lugar,  embora desejem  acorrentá-la  num tempo determinado,  em lugar seguro. A verdade  nunca estará segura,  porque atinge  o centro do poder,  estará sempre  em risco. A verdade  não tem limites,  mexe e remexe  estruturas individuais  e coletivas,  incluindo  quem a proclama. A verdade  não pede licença,   por mais suave  que possa  tentar parecer,  sempre fará o mau  sentir-se ofendido,  com ódio. A verdade  não consegue  esconder-se,  ainda que tentem  deixá-la  do lado de fora. A verdade  mora no mais profundo  do coração do homem  e da mulher,  às  vezes adormecida,  outras vezes confusa  diante de tantas falsidades. A verdade  é limpa,  direta;  não precisa  de penduricalhos  para se expressar.

Segunda 23/07/2024

 Saí a noitinha para ir à  missa em Ubatuba. O Sol já vai alto, os sonhos adormecem. Caio na realidade da vida, sem disfarces. Os fechados ligo aparecem, casmurros. Os alegres passam como os passarinhos, cantando e dancando entre galhos. Fui à missa das 07H00. Cheguei com a Igreja Ainda escura, e a equipe responsável pela preparação da celebração desmontava os equipamentos da Festa do Divino que encerrou.  Assim, cada missa acrescenta um pouco de esperança num mundo melhor apesar das guerras e das devastadores. Vamos amanhecer com esperança na paz e na justiça para todos.

PORTAS FECHADAS

Ainda passo  tranca nas portas, Ainda tenho  medo do homem. A noite  desvenda  relações, expõe  a realidade  íntima  da descrença. Crença na descrença. A distância sempre dói. Os inodoros são os que mais doem... depois, os que apreciam a inimizade, Por fim os que perseguem, os maus. Existe toda sorte de trancas de porta  Não tenho medidas  para tornar-me aceito,  desregrado  que sou. Como podem  acreditar em mim?  Fecham os cadeados... À noite fogem  os cavalos alados  dos estábulos  diurnos, aboliram   os dentes. Revelam  os desaparecidos fortuitos: temperamentos, e ideologias sobrepostos  à razão, ao sentimento, produzem muros  intransponíveis. Medidas  definidas definham; surpreende sua volatilidade: extrema intimidade,  extrema estranheza. Uma estrela cadente  contou-me o mito  do desejo suspenso: Está posto  na falta  de crença  em si,  depois,  nos outros. A tranca na porta... Ninguém entra, Ninguém sai. Vulneráveis  fraquezas  corroem mitos,  desabam edificacões. Se soubessem  s

METALINGUAGEM POÉTICA

Ando esquecido  a ponto  de não lembrar  o que escrevo; sempre descubro  quando leio. Versos  assediam  a realidade, escapam  nos dedos  de aurora,  por-se tardio do pensar, voo proscrito  na racionalidade  incapaz.  Vou bater  outra vez,  e outra ,  outra mais,  até abrir-se a primeira porta,  quem sabe,  a segunda,  a terceira,  se tanto, regato esquecido  nas pradarias,  enquanto  escalamos  monumentos. Quem te força  as prisões  geométricas,   impede beijos,  arranca teus ouvidos  dos timbres inaudíveis? Desperte  completo das ocultas  escuridões, onde vozes  profundas confundem  fundem, fundam, metalinguagem  poética. 

Ubatuba: Sol e vento frio

 A partir de maio, a cidade de Ubatuba, no litoral norte do Estado de São Paulo, tem vivido uma situação de frio mais intenso. Em junho vivemos o melhor clima do ano na cidade: um Sol que não queima, durante o dia, e um frio à noite, que nos convida a puxar um cobertor na cama. Hoje, domingo, encerrou a tradicional Festa do Divino, com procissão, missa e festa no entorno da Matriz da Exaltação da Santa Cruz. As famílias saíram para as ruas, porque, embora tenha um Sol muito agradável,  concomitantemente vem um constante vento frio. Então é melhor sair para esquentar um pouco. O bom observador notará que, no mar há muitos barcos à vela, porque venta bastante. Vi, da praia, alguns peixes saltando fora d'água.  Pela manhã levei sanduíches para moradores e rua, mas sempre é insuficiente, e por vezes recuso ajudar,porque grade é a demanda. Contradição que me acompanha. Que a população brasileira rompa a insensibilidade e resolva os problemas sociais que afetam nossa vida. É o que desejo

Passarinho errante

Não foram palavras Nem reflexões.  Simplesmente pousei   na tua vida,  com o Sol despertando. Estava laranja   pelos lados  do horizonte. Observei  teu voo casual,  como inclinava-se  suavemente  no céu frio. Balancei  as asas  aprumei o corpo. Deixei  escapar leve  grunhido,  mostrar  o apetite,  como te sigo  majestosa. Voo errante  entre galhos  à procura  da passarinha que voa solta. Voar é tudo! Descobrir-te é viver!

A DESCOBERTA DA INÚTILIDADE

 Tudo inútil! Tudo inútil! Somos incapazes de amar! Somos duros de coração, como Somos. Incapazes de quebrar  o grilhões de atividades inúteis  que nos ocupam durante todo dia. Não fazemos o principal. Acumulamos erros sobre erros,  e pior, os esquecemos. Acostumamo-nos com nossos erros. Pobres de nós,   pobres dos que convivem conosco. Pensamos em liberdade,  mas somos prisioneiros. Pensamos em fraternidade,  mas continuamos egoístas.  Para ser feliz de verdade,  para ter amor de verdade,  é preciso muito mais  que uma decisão pessoal. É preciso saber  como é o amor verdadeiro,  como é a verdadeira liberdade. Ela ultrapassa sonhos partidários,  é  muito mais profunda. Jesus Cristo foi desfigurado  vem sendo vendido  a preço de dízimos  que enriquecem alguns  empobrecem muitos. Ele que abriu mão de tudo,  para expos a verdade,  escondida pelos poderosos  de seu tempo, e por isso  foi perseguido e morto. Ele sabe como é o amor a ponto de personificar o amor. Está fidelidade à verdade e

Sniper Poético

Busco versos  fixos  na mira  da palavra. Procuro  elevações  onde avisto  opressores  distraídos. Recito  um tiro  gráfico, mais ronco que rimas. Atiro versos proibidos ecoam  na multidão  Os normais  estão aí,  defendendo  figuras geométricas,  prisões formais. Minha arma  é a palavra. Minha palavra  é vida. Minha vida, abundância  sem fim. Meu poema  explode  pensamentos

COMPLEXIDADE

 O coração  transcende,  a letra  é laica,  a boca  carnal. A língua  descobre  cardumes  afogados,  fugidios,  desvenda  enigmas  gráficos,  cala-se. Os olhos  vasculham  enquanto  desnudam-se,  deixam escapar  soslaios,  ocultam-se. Estão  antes  das palavras. Todos  erguem juntos  um monumento  à ambiguidade,  definitivamente  indefinido. Inexplicável  combinação  humana  incapaz  de conhecer-se Caminha  interrompe, desvia. para,  retoma, segue.

MORTE QUE NAO MORRE

A morte não impede o mundo de continuar como se ela não houvesse acontecido. Morte que morre e não morre. Vida que nunca morre, esconde a morte, eterna. Deificação da falsidade da vida Seguimos morrendo escondidos da morte, seguimos um caminho que pensamos atingir um fim. Mas o fim é a morte.

O FUTEBOL GUERRA

 O mundo violento que vivemos vai avançando cada vez mais, para novas áreas da vida e das culturas nacionais. A natureza humana sempre foi e está cada vez mais violenta e bélica.  Até no futebol foi incorporado este belicismo: Faltas antes apitadas, hoje são normais.  É o futebol guerra, que desprezávamos com nosso futebol arte.  E hoje não temos nem arte nem guerra, mas uma profunda descaracterização  da personaludade nacional. É o neofascismo está por trás disto tudo. A campanha contra a copa no Brasil foi o start,  para ser meio americanófilo.  Veja o futebol argentino, e o cântico no ônibus depois de conquistado o título das Américas.  Com Millei defendendo o racismo inerente ao país.  É algo que está permeando todas as áreas.  Merece um bom debate.  Caminhamos para o fascismo.  Trump como "vítima protegida por Deus" abrirá muitas portas ao fascismo mundial.  Como forma de restaurar o mundo unipolar.

MUNDO CÃO

 Mundo cão! Mundo de opressores  sentem-se à vontade  para oprimir sem limites.  Mundo de oprimidos  desorganizados  só agem  quando tudo  parece finalmente  perdido. Mundo das grandes misérias.  Misérias de toda ordem,  da fome infinita  que atinge toda a casa,  até a profunda  ignorância de si mesmo. Mundo de desamor,  de perseguição ao amor  como solução. Mundo de imensos muros,  intransponíveis,  de classe,  raça,  cor,  sexo,  poder.  Uns do lado de lá,  outros de cá. Mundo do meio ambiente destruído,  da voracidade destruidora, da ganância doentia. Mundo de berros  e grandes silêncios. Mundo perdido.  Uma grande faxina  é necessária  nisto tudo.   Que atinja tudo  o que fede e suja  a humanidade de sua fraterna  convivência e inverta os sentidos ao avesso do avesso, Abaixo a opressão, acima o oprimido,

O FRIO DA MADRUGADA E O POVO DE RUA

Quem ouve os clamores do povo de rua, em suas dificuldades? As autoridades?  Prefeitura, Câmara, Judiciário?  Estão todos entretidos com "suas imensas responsabilidades". O comércio?  O povo de rua não compra roupas, nem comida, nem sapatos, nem casas... ao contrário, consideram que o povo de rua lhes prejudica a imagem de atração para seus pontos de comércio. Os moradores?  Acham que eles não são confiáveis, que ali tem muitos que roubam e são drogados, ou pertencem a facções criminosas... Hoje, saindo para a missa da 07H00 , no frio forte que fez esta noite, vi um morador de rua dormindo sobre um papelão, sem nenhuma coberta, apenas uma camisa leve e uma calça que ia até o joelho, eu que dormira com cobertas, e até o meu cachorro dormiu bem protegido. Mais tarde, entreguei os sanduiches que a Margarida fez para eles, 8 no total.  Coincidentemente eram 8 pessoas ali presentes na praça próxima a rodoviária.  A matemática divina já prepara a quantidade antes, Ali entreguei o p

ACONTECE.

O que faço  do passado  pecado que aflora... O que faço  do futuro  obscuro,  que assombra... Invadem  o presente,  perduram, abatem o tempo. O grito, resposta  velada: velhos fatos  continuam, suspiro  que expiro, desconhece sonhos. Saber à beira de tudo, deixa que siga  pequena história,  de risos e prantos,  porta aberta  ao que acontece.

DOMÍNIO

 Tudo ocupa! Tudo ocupa! Não sobra  tempo  para nada. Sobro  em tudo  e luto contudo em luto. Nada,  é espaço vazio é inusitado,  desconhecido.  Quem sabe  o nada  traga o tudo? No tudo  que aprisiona,  paira  uma vaga  impressão  de insuficiência,  impotência. Descubro  a vaicidade  da vida, entretém-se   insatisfeita, tomando  e ocupando... Ocupa tudo. Vou esconder-me no nada, para ver  se encontro  algo ou alguém  também foragido, de tudo.  

SER ALGUÉM...

 Esperas ser alguém? Quem espera quem? Porquê antes  é preciso  já estar presente... não se espera.  Não há mais  tempo de espera.  Tudo corre,  corre muito depressa,   muito rápido.  Não se espera mais,  não dá tempo.  Não se deixa  mais escorrer o tempo,  porque tudo  vai se tornando  logo inútil,  pede outra coisa. O tempo  é de correr  para se poder  esperar ser alguém,  alguém que não é,   porque também  muito deste tudo  não tem sentido.

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de solução

DESCRIMINILIZAÇÃO DA POESIA

Existe uma quantidade limite de poemas a ser lido. Não pode ser fora de horário. Obrigatório certo isolamento, exige concentração meditação. Nao aceita ambientes dispersivos. Não obtém efeito nos que tem pressa, não digerem. Pode deixar um tempo de incompreensão, desdém. Não pode ser consumida em grandes quantidades, mas pequenas. Provoca muito cedo excesso de satisfação, enjoo, desinteresse, e posterior perda de humanidade. Material perigoso para os que nutrem ódio, quebra corações duros, não conseguem dormir. Quando utilizado em quantidades aceitáveis, favorece prazer, aproximações amorosas, perigosas aos bons costumes. Por fim, fica decretado o exílio da poesia dos meios de comunicação de massa, modificam a análise dos fatos tornam tudo muito humano. Proibida ser lida em praças públicas, muito menos escolas, para não gerar um clima de esperança. Fica descriminalizado parcialmente o ilícito do poema, podendo ser consumido aos poucos. para tornar as pessoas mais afáveis Peço vênia aos

TANTO POR DIZER

Tanto por dizer  que estou junto  nesta caminhada  sem pé,   nem cabeça.   Dizer para não  andarmos  juntos a sós,  carentes de convivio. Nosso silêncio  mata palavras,  aprisiona pensamentos. Sobram  marchas unidas,  pensamentos únicos.  Falamos na corda bamba  até esticar a verdade. Então sonhamos  e sonhamos Alguns vem,  acreditam no tesouro  escondido dos maus Seguem decididos  construir  o novo,  rompem seculares grilhões.  Outros esqueceram-se  de si mesmos,  seguem cegos  um sistema de morte, distraídos.  Preciso muito  falar com você,  porque sofremos,  ao estarmos sós.   É preciso despertar  a vida o amor experimentar a liberdade,  juntos,  nesta caminhada

EXTEMPORÂNEO

   Meus poemas  sempre nascem Nunca terminam. Meus poemas  clareiam dias  passeiam ambulantes  pelas praças vazias. Pedem a esmola  dos corações livres. Estão sempre incompletos,  começam porque começam,  terminam porque terminam. Como eu  que só sei  do agora,  embora  arvore algo. Porque a sequência  é o sinal,  e a presença o principal. Meus poemas  se arrependem  às vezes,  do que dizem,  muito complexos,  muito supérfluos.  Meus poemas silenciam  os donos da verdade,  emudecem  os que não refletem Passam despercebidos até algum despertar  extemporâneo.

MUNDO EM EBULIÇÃO

 O mundo em ebulição. A cada dia novos acontecimentos sobrepõem-se, ora conflitando-se, ora harmonizando. Não há controle da voracidade humana. Muito rapidamente está acontecendo a destruição de imensos ecossistemas, por conta das escolhas nas fáceis e mais devastadoras. As guerras ceifam milhares de pessoas, soldados, idosos, mulheres, crianças.  Até existem ideais nobres.  Para justificar mortes? Exigimos um mundo novo, um homem novo, e uma mulher nova. Exigimos governos horizontais e não verticais! Exigimos o fim da exploração do homem pelo homem! Acima de tudo Exigimos paz agora!

CICLO NATURAL

  CICLO NATURAL Um gota constante na chuva matinal desce do telhado, da casa, metrônomo dos dias vãos... Sonolento ouço, sonho na alma, o batimento das grandes ordens... Como se pode marcar tempo para nada? Quem domina afazeres inerentes, retira o afago matinal para estabelecer ordem indesejada? Há de se combinar elementos na vida, os brotos que rompem a terra, alcançam o céu, folhas amarelas exauridas no chão. varridas ao final da tarde. Há de se saudar este desencontro permanente, vida e morte, que acaricia, sonhando, despedindo-se. Curtir Comentar Enviar Compartilhar

PARALISIA VIRTUAL

 Os heróis estão  num passado  distante. Os olhos do presente  nos amansaram. O poder estava ali,  para ser alcançado,  tomado. Hoje  tudo se desfaz  nas redes substitutas absolutas. Batalhas domésticas nos teclados estruturais tecem abaixo assinados de toda ordem, intermináveis. Adeus às ruas! Adeus às palavras de ordem! Adeus aos braços dados! Adeus aos motins Adeus às revoluções! A tela,  a realidade O teclado,  a rua a digitação, a passeata. Substituir o insubstituível! Não sobra espaço  para a rua  para o grito,  para a luta. Paralisia virtual!

O TEMPO QUE FOR

O tempo que for... nada se resolve antes.  Progressiva companhia  da consciência, nada antecipando,  nada retardando,  segue o manso leito  das solidões  O amor  se descobre irrefletido; principalmente se desenvolve, racional. Tardio  abdicar  da perfeição,  aceitar  a fraqueza. Repensar  constantemente  os erros,  ninguém  os impede  de ser livres. A identidade  afirma-se na disputa  de espaço,   necessária  Inflexao, perde  a essência,  desprovida do tudo. Seguir   sem pressa... deixar  acontecer  enquanto  há caminho, não se precipita. Tempo ao tempo, o tempo que for..

DOR OCULTA

Dorme dor! Durma neste passado  que vai se apagando  devagar... Que ninguém  a descubra  a revele. Fique aí  escondida de todos, ninguém  precisa saber, basta eu,  e meu coração... Dor antiga,  às vezes  se levanta  e sorri, faz troça da vida. Não desperte! Demoraste a te acalmar tanto te escondeste. Durma este teu  pranto ruidoso o tempo  silencia tudo. Dor dura, doída, inquieta proibida. Dor de morte! Ninguém quer  que despertes,  dor...

Cascatinha & Inhana "Meu Primeiro Amor"

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida do Norte, pernoitando em

AVIBRÁS PRECISA SER ESTATIZADA

A indústria bélica brasileira é nitidamente insuficiente para atender o seu próprio mercado interno, e poucas são as empresas deste setor no Brasil. Destaca-se a AVIBRÁS, por ter capacidade de construir veículos de transporte de mísseis. Ora, tempos atrás a Austrália vinha negociando in off a compra de parte significativa da empresa. Este processo não deu certo por razões econômicas da Austrália. Em seguida surgiu um consórcio estatal chinês interessado.  Bastou isto acontecer, para o governo norte americano manifestar sua oposição a venda. Considero que a AVIBRAS seja uma empresa estratégica brasileira, e para tanto precisa ser ESTATIZADA e incorporada como patrimônio nacional, tendo em vista a segurança do país.

Ubatuba com clima variado

 Mal chegou ou frio, com nuvens densas e cinzas e, de repente volta o céu limpo e o calor.  Assim está o litoral norte do estado de São Paulo.  Acordei com o céu limpo. Costumo ir na missa das 07H00 da manhã e vi o dia amanhecendo como se estivesse no outono ou no verão. O noticiário traz a formação de quadrilha de diretores das lojas Americanas, que sugaram os recursos da empresa e deixaram muitos acionistas na rua da amargura. A cidade é calma, mas por trás desta calma existe um povo de rua abandonado neste frio. Assim vamos neste céu de brigadeiro.

INVERNO CHEGOU PRA VALER

Eu, um morador de Ubatuba confirmo.  Chegou o frio por aqui.  Enquanto estávamos em maio e junho havia um frio com Sol.  Podíamos passar o dia na praia, que não nos queimávamos.  O mar sim, com água mais fria, mas suportável. Agora não!  O clima ficou nublado.  Então buscamos um chá quente, ou um cafezinho para resistir ao frio. Importante lembrar que Ubatuba tem muitos moradores de rua, que passam muito frio pelas noites afora e não tem o acolhimento necessário da prefeitura local. 

O MUNDO CAMINHA AO FASCISMO?

  Esta é a questão que se coloca hoje em vários lugares do mundo.  Como pode crescer assim, de forma  até organizada o neofascismo no mundo.  Estarrecido assistimos a vitória da extrema direita na França. Alemanha, Hungria, Argentina, e pasmem o próprio Estados Unidos da América.  Sim, a maior nação ocidental está às vésperas de eleger Donald Trump presidente.  Ele é o incentivador, de todos estes movimentos. É preciso que os democratas do mundo aprendam rapidamente esta lição e se organizem para defender a democracia, porque esta ainda é a melhor forma de vida social pública que se tem notícia. É através da democracia que buscaremos resistir a onda nazifascista. E tenho dito.