Mesmo representando apenas 2% da população continuam as perseguições aos cristãos no Paquistão. Um pais de 180 milhões de habitantes tolera e aceita que grupos fundamentalistas próximos aos Talebans. Esta chacina aconteceu na saída de uma missa na cidade de Peshawar, em pleno meio-dia.
O ataque contra a Igreja de Todos os Santos de Peshawar foi reivindicado pelos talibãs paquistaneses, que anunciaram a criação de uma nova facção, a Junood ul-Hifsa, para matar estrangeiros e vingar os ataques de drones americanos contra a Al-Qaeda nas áreas tribais próximas da fronteira com o Afeganistão.
"Cometemos o atentado suicida na igreja de Peshawar e continuaremos atacando os estrangeiros e não muçulmanos até que parem os ataques de drones", disse por telefone à AFP Ahmad Marwat, porta-voz do grupo.
Cristãos protestaram em diferentes cidades do Paquistão, incluindo Karachi e Faisalabad, para contra a violência e para pedir mais proteção das autoridades.
Em Islamabad, mais de 100 manifestantes bloquearam a principal avenida da cidade durante várias horas nesta segunda-feira.
Este foi um dos ataques mais violentos contra os cristãos no Paquistão, comunidade que representa 2% da população do país de 180 milhões de habitantes, em sua maioria muçulmanos.
O número de mortos no duplo atentado suicida perpetrado em frente a uma igreja, no final da missa, este domingo, na cidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, aumentou para 81, enquanto o de feridos supera a centena.
O médico Arshad Javed, do hospital Lady Reading, o principal hospital público da cidade, disse à agência AFP que, esta madrugada, o número de mortos subiu para 81, entre os quais se incluem 37 mulheres.
Do ataque contra a igreja de Todos os Santos de Peshawar, a principal cidade da província paquistanesa de Khyber Pakhtunkhwadu, no noroeste do país, resultaram também 131 feridos, de acordo com os dados facultados pelo mesmo responsável.
"Há inúmeros feridos que ainda se encontram em estado crítico", afirmou Afsad Khan, da polícia local, por seu turno, em declarações à agência Efe, indicando que "a situação na cidade é normal, não estando prevista qualquer medida especial de segurança" para hoje na sequência do ataque.
Peshawar e outras localidades paquistanesas, incluindo Islamabad, foram palco de protestos generalizados da comunidade cristã contra o que foi já considerado o mais sangrento ataque de sempre contra esta minoria religiosa no país.
Hoje na capital acontecem novas concentrações que, esta manhã, afetaram o tráfego, já que, segundo constatou um jornalista da AFP, mais de 100 manifestantes bloquearam uma autoestrada durante várias horas.
Das primeiras páginas dos jornais locais constam imagens do que restou da ação levada a cabo por dois bombistas suicidas que detonaram explosivos - de até seis quilogramas cada um -, de acordo com fontes policiais, quando centenas de fiéis saiam da missa de domingo.
O noroeste do Paquistão é um bastião conservador de vários grupos de rebeldes islamitas, incluindo o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), aliado da Al-Qaida e responsável por inúmeros atentados suicidas que fizeram mais de 6.000 mortos desde 2007, o qual reivindicou a autoria do atentado.
O movimento disse ter criado uma nova fação, Junood ul-Hifsa, para matar estrangeiros para vingar os ataques de ?drones' contra os talibãs e membros da Al-Qaida nas zonas tribais da região junto à fronteira afegã.
"Levámos a cabo atentados bombistas suicidas na igreja de Peshawar e vamos continuar a atacar estrangeiros e não muçulmanos até que os ataques de ?drones' parem", afirmou Ahmad Marwat, porta-voz do grupo, ao telefone, em declarações à agência noticiosa francesa.
A comunidade cristã no Paquistão representa 2 % da população do país, que tem 180 milhões de habitantes.
Milhares de cristãos manifestaram-se hoje no Paquistão um dia após o duplo atentado suicida contra uma igreja que provocou pelo menos 82 mortos, o ataque mais sangrento dirigido contra esta minoria num país de larga maioria de população muçulmana.

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RAMINDER PAL SINGH/EPA
Os explosivos foram acionados por dois bombistas suicidas à saída da missa de domingo no pátio interior da igreja “Todos os Santos” em Peshawar, a principal cidade da província de Khyber Pakhtunkhwa (noroeste), num atentado reivindicado por uma fação dos talibãs paquistaneses.
O último balanço, hoje divulgado, indica 82 mortos, incluindo 37 mulheres, e mais de 100 feridos, disse à agência noticiosa AFP um médico do principal hospital da cidade.
Milhares de cristãos manifestaram-se nas principais cidades do país, incluindo Carachi, Faisalabad, Lahore e Peshawar, para exigir medidas de proteção e justiça. Na metrópole económica Carachi, confrontos entre cristãos e muçulmanos provocaram um morto.
As escolas cristãs vão permanecer encerradas durante três dias em protesto contra o mais sangrento atentado contra a comunidade cristã no Paquistão, um duplo atentado já reivindicado pela Junood ul-Hifsa, uma fação dos talibãs paquistaneses, que ameaçou prosseguir os ataques “contra estrangeiros e não muçulmanos se prosseguirem os ataques com drones (aviões não tripulados) ”.
No entanto, o porta-voz oficial do TTP (o principal grupo de talibãs paquistaneses) desmentiu qualquer envolvimento no atentado, definido “como uma tentativa em sabotar a atmosfera para as negociações de paz com o governo”.
O primeiro-ministro Nawaz Sharif, cujo governo propôs recentemente ao TTP o início de conversações de paz, condenou um atentado “contrário aos preceitos do islão”.
O noroeste do Paquistão permanece um bastião de numerosos grupos rebeldes islamitas com alegadas ligações à Al-Qaida e responsáveis por numerosos atentados suicidas que já provocaram mais de 6.000 mortos desde 2007.
Os cristãos, que representam 2% da população do Paquistão, um país com 180 milhões de habitantes e mais de 95% de muçulmanos, são por vezes vítimas de violências, mas muito raramente alvo de atentados, habitualmente dirigidos contra as forças de segurança ou as minorias muçulmanas (xiitas, ahmadis), consideradas infiéis pelos extremistas sunitas talibãs.
Em Bruxelas, a chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, referiu hoje em comunicado estar “horrificada” e apelou a Islamabad para agir com firmeza para prevenir a repetição destes atentados.
PCR // PJA
várias fontes/IG/
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