Na varanda continuam sonhos impossíveis de serem compartilhados. Voa o pensamento, desprezando a voz, o diálogo, tão extenuantes em explicar e convencer. Melhor permanecer atento consigo mesmo, em descobertas sem esforços, internas.
Emitir a palavra torna-se uma lavra.
Quem se interessará? Quem ouvirá?
As gerações contínuas mudam vocabulários, costumes, desejos, valores.
Balanço permanente. Um passado aperfeiçoa-se diante de um presente que se rejeita. O futuro é descartado, não se visualiza mais.
Balança a cadeira enquanto o sol se põe, circo natural deste ser esquecido.
Belo! Belo! Belo!
Quem contempla?
Apenas os casais amantes, e os velhos desocupados.
Aqueles que se aproximam do sentido maior.
Porque os demais não sabem, não percebem, não gostam.
Preferem o Shopping, a grife, o cardápio.
Não sabem que o Sol esconde um Deus por trás dele, e que a Lua é a filha maior dos pirilampos.
Não sabem do silêncio da noite, desocupada, toda cheia de mistérios.
Não sabem que....esquece, não importa.
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