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DEUS FAZ CAMINHO CONOSCO


                   
  
            (5º Domingo da Páscoa – A)

            Mesmo quando os nossos caminhos são errados...
            Mesmo quando a direcção foi mal escolhida...
            Mesmo quando se trata de caminhos de desencanto e de desilusão...
            Mesmo quando a desgraça e o cepticismo são os únicos compnheiros da jornada...
            Mesmo quando continuamos a incriminar Deus por todas as desgraças que vão por esse mundo fora...
            ...Ele não deixa de Se aproximar e de nos interpelar para nos ouvir e nos oferecer o calor da Sua Presença e a felicidade da Sua Companhia  de viagem.
            Não são muitos os que  dão pela Sua Presença e pela Sua Companhia porque Deus não se impõe, nem se faz anunciar.
            É preciso pisar firme a terra que habitamos e em que nos movemos, estar habituados a assumir as nossas responsabilidades, sabermos visitar o mistério da Sua própria interioridade, estarmos comprometidos com a seriedade e a importância da nossa vida, sabermos claramente quais são os valores pelos quais nos batemos, aceitarmos reiteradamente a fé como um processo...
            ...Para perceber essa Presença e essa Companhia, infelizmente abundam os críticos diletantes:
- Aqueles que estão sempre prontos a inventar bodes expiatórios;
- Os que só se deixam mover pelo dinheiro;
- Aqueles que julgam viver, quando o que só sabem fazer é divertir-se;
- Aqueles que se acham disculpabilizados porque encontram sempre a quem acusar...
            Com gente assim pouco se pode contar e dificilmente se dão conta da Presença e da Companhia de Deus.
            Mas nem com esses a paciência de Deus se deixa vencer.
            Deus continua a bater-lhes à porta, aguardando o dia em que “caiam em si” e despertem para os sinais que Deus usa para marcar Presença e fazer Companhia neste mundo e que estão à sua disponibilidade na Comunidade onde se acolhe a Escritura e se partilha o Pão da Vida.
            Forjamos Deus à nossa imagem e semelhança :
            - Cheio de poderes, em vez de misericordioso.
            - Dominador em vez de próximo.
            - Caprichoso em vez de paciente.
            - Castigador em vez de pedagogo.
            - Soberano em vez de confidente.
            - Avaro em vez de magnânimo.
            ...E depois queixamo-nos d’Ele ou acusamo-l’O como os conterrâneos de Jesus.
            Não aprendemos a lição da Cruz, e continuamos a preferir o triunfalismo, a vaidade, o poder, a prepotência.
            A humildade de Deus desconcerta-nos porque nos desarma e não condiz nada com os modelos de sucesso com que enchemos as capas das nossas Revistas em LETRAS DE CAIXA ALTA.
Jesus, porém, aponta-nos outros caminhos ao escolher para “seus” aqueles ”que fazem a vontade de Deus”, mediante a escuta, o acolhimento, a docilidade, o desprendimento, que conduzem à vivência  das bem-aventuranças e nos levem a aceitar a Presença e a Companhia d’Áquele que é o ”Caminho, a Verdade e a Vida..
                                                     John
                                                                             Nascimento

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