A jovem sudanesa tinha sido castigada aos açoites por adultério e à forca pela apostasia
Por Redacao
19 de Maio de 2014 (Zenit.org) - O Supremo Tribunal sudanês interveio no caso de Meriam Yehya Ibrahim, a mulher cristã de 27 anos, grávida de oito meses e condenada à morte, foi o que confirmou Antonella Napoli, presidente da associação “Italians for Darfour”, que trabalha pelos direitos humanos nos países africanos. “Evitar a pena de morte é possível”, anunciou. Explica que tiveram a confirmação de Khartoum do Sudan Change Now, Khalid Omer Yousif, que acompanha o caso desde que Meriam foi presa no dia 17 de Fevereiro.
Meriam foi condenada à morte "por ter se convertido do Islamismo para o cristianismo, depois de se casar com um cristão do Sudão do Sul”. Além disso foi castigada a receber chibatadas pelo delito de adultério, já que o seu matrimônio não é considerado válido para a lei islâmica. Atualmente, a jovem está na prisão com o seu primeiro filho, que agora tem 20 meses.
O tribunal deu à mulher três dias para renunciar à sua fé, mas ela não o fez. Ela afirma ter sido educada como cristã ortodoxa, a religião da sua mãe, porque o seu pai, muçulmano, esteve ausente durante a sua infância.
Daniel Wani, seu marido, em declarações à CNN confessou a sua frustração ao não saber o que fazer para obter a liberdade da sua esposa e garantiu refugiar-se na oração.
Enquanto isso, Anistia Internacional lançou uma campanha para recolher assinaturas com a finalidade de parar a condenação de Meriam. A organização considera que a jovem sudanesa “é uma prisioneira da consciência, declarada culpada por causa das suas crenças religiosas e a sua identidade, e tem que ser libertada imediatamente. A criminalização do adultério viola os direitos à liberdade de expressão e de associação, e a sua aplicação discrimina invariavelmente as mulheres. A pena de flagelação e o uso da pena de morte violam a proibição absoluta de inflingir tortura ou outros tratamentos ou penas cruéis, desumanas ou degradantes contidas no direito internacional dos direitos humanos. Anistia Internacional se opõe ao uso de ambos em todos os casos, sem exceção. Também se opõe à que a "apostasia" seja considerada um crime porque é incompatível com o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião".
Como a Anistia Internacional, outras organizações, e a partir das redes sociais, fizeram um forte movimento em protesto contra a pena imposta à jovem.
De Ajuda à Igreja que Sofre, a porta-voz da organização na Itália, Marta Petrosillo - conta à Rádio Vaticano que conhecem bem a realidade dos cristãos neste país", que não é falado tão frequentemente quanto outros países. É realmente uma situação dramática. Sabemos que no país está em vigor a "Sharia", e é aplicada a todos os cidadãos, de qualquer fé. Lembro-me do caso acontecido a alguns anos, de uma menina cristã chicoteada porque se vestia com uma saia um centímetro acima do joelho. Assim como tantos outros casos semelhantes”.
Na entrevista também se recorda o caso da também mãe e cristã paquistã, Asia Bibi, a porta-voz de AIN explica que “são testemunhos fortes que devem fazer-nos refletir e especialmente as mulheres. Porque hoje em dia, em muitos países, ser uma mulher cristã significa ser duas vezes vulnerável, já seja por ser mulher, já seja por pertencer à comunidade cristã. Realmente são dois exemplos que devem nos fazer refletir, dois exemplos de um forte testemunho de fé".
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