Quem está por trás do monumento ao demônio em Oklahoma?

Em que acredita "O Templo Satânico"? Quais são as suas práticas? É coisa séria ou mera tentativa de notoriedade?

The Satanic Temple / Facebook









Ao longo dos últimos meses, um grupo denominado “O Templo Satânico” atingiu níveis de celebridade nos EUA
 ao protagonizar notícias polêmicas como a da instalação
 de um monumento ao demônio junto ao Capitólio de
 Oklahoma, a da celebração de uma missa negra em
dependências da Universidade de Harvard e a da
campanha para promover o respeito ao satanismo
 nos colégios públicos norte-americanos.

A desconhecida seita satânica conseguiu vasta
popularidade midiática, deixando muita gente
surpresa e cheia de perguntas: em que esta seita
acredita? Quais são as suas práticas? É coisa séria
ou eles só estão atrás de notoriedade?

Da estátua aos colégios, passando 
pela universidade

Alguns meses atrás, a organização norte-americana
 “O Templo Satânico” provocou grande repercussão
ao solicitar a instalação de um monumento ao
satanismo junto ao Capitólio de Oklahoma, alegando
 que no local já existe um monumento dedicado aos
Dez Mandamentos. Com uma curiosa concepção da
 presença pública dos símbolos religiosos, o projeto,
 que já foi apresentado, prevê um Baphomet (figura
de corpo humano com cabeça de bode) em postura
de bênção, junto com um pentagrama satânico
 (a estrela de cinco pontas invertida) e duas crianças.
 Pelas informações publicadas, o financiamento
coletivo do monumento através da internet superou
as expectativas e a obra deverá ser instalada no
 lugar previsto.

O site oficial propõe o financiamento de maneira
bastante peculiar e parece ter obtido bons resultados.
 Por 500 dólares, o apoiador poderá ver o seu nome
 na “lista de almas” que aparecerá na parte posterior
da estátua; por 666 dólares, o nome do doador será
exibido em lugar “mais destacado” (supõe-se que na
frente); por 1.200 dólares, o nome passará a encabeçar
 a lista. Quem quiser uma réplica da peça deverá pagar
 1.000 dólares. Já por 100.000 dólares, o interessado
 poderá adquirir a sua própria estátua.

A polêmica mais recente envolvendo o grupo foi o
anúncio da celebração de uma “missa negra satânica
 no Harvard Extension Cultural Studies Club, que faz
parte das estruturas da prestigiosa universidade
norte-americana. Foram desmentidas as primeiras
informações sobre o uso de uma hóstia consagrada,
mas este fato inexplicável dentro de uma universidade
 desatou uma enxurrada de críticas e reclamações.
Não é a primeira vez que a seita age naquele recinto
acadêmico: pelo menos em duas ocasiões ao longo
 de 2013, o Clube de Estudos Culturais da Universidade
 de Harvard sediou conferências de representantes do
 Templo Satânico.

Uma notícia que parece não ter sido muito veiculada
 fora dos EUA foi a promoção irreverente e provocativa,
 por parte do grupo, das uniões homossexuais. Em
julho de 2013, o Templo Satânico realizou uma
denominada “missa rosa” para celebrar as uniões civis
 de casais do mesmo sexo… num cemitério. De acordo
 com seu site, “o porta-voz do Templo Satânico,
 Lucien Greaves, oficiou a cerimônia em que dois
casais do mesmo sexo celebraram a sua homossexualidade
 sobre um túmulo”. Nas fotografias publicadas, os
protagonistas do evento se beijam em cima de uma
 lápide. O grupo convida outras pessoas a fazerem
 o mesmo, “peregrinando” até aquele cemitério do
Mississippi e enviando as suas próprias fotos para
o site do Tempo Satânico. O motivo dessa profanação
 de um recinto sagrado dedicado à memória dos
 falecidos parece simples: trata-se de um cemitério
 da comunidade batista de Westboro, cujo pastor,
Fred Phelps, entrou na mira de movimentos ativistas
 favoráveis aos gays. A “missa rosa”, aliás, foi
celebrada nada menos que no túmulo da mãe de
Phelps. O porta-voz da seita, provocador, chega a
afirmar que “o Templo Satânico acredita que Fred
 Phelps tem que acreditar que, agora, a sua mãe é
 ‘gay’ no além, devido à nossa Missa Rosa. E ninguém
 pode questionar o nosso direito às nossas crenças”.

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