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Mostrando postagens de agosto, 2025

Permita-me

  Permita-me apagar,  o texto fora do contexto. Permita-me esquecer,  Alzheimer literário.  Permita-me sair,  o segredo guardado  ainda reverbera no tempo. Permita-me não escrever,  que se preserve a mente  tão somente. Permita-me desculpar-me  pela ausência,  sem a sua anuência.  Permita-me por um fim  por hora,  porque demora esquecer...

MEU ULTIMO AMOR

MEU ULTIMO AMOR  Meu último amor, etapa final  de todos amores,  compreendeu  minhas grandes dissonâncias,  manteve-me no galardão  Meu grande amor  compreendeu minhas  enormes fraquezas  e ainda assim apoiou. Sou aquele perdido  em amores,   pensou amar  tudo e todas. Reles amante  perdido em amores Meu grande amor,  não leia estes versos,  para não perder  também a ti,  eu tantas vezes  sem prumo sem rumo... Grande amor  vejo em ti  todos os amores  que não tive,  guarda-me  em teus seios... Pareço de amor...

O GRANDE RIO...

  Observando e refletindo, às vezes falando,  outras escrevendo... Meu tempo vai  silenciando os acessórios,  agrupado em poucas palavras,   economia de sentidos,  concentração de razões.  Também perpassa  um auto reconhecimento  visitas transcendentes,  linguagem entranhada  não verbal,  deixa interrogações  Tudo flui  para um grande rio,  sem margens,  onde residem  respostas  aguardando  serem interpeladas.  Perco-me  neste manancial,  emerjo  das descobertas,  sobrevivente...

ADEUS A LUIS FERNANDO VERÍSSIMO

 Vamos ficar mais uma vez órfãos. Nossos autores são como deuses,  nos deixam sentindo abandonados. Assim com a partida de Luiz Fernando Veríssimo, assim foi com Drummond... Sofremos as ausências como se fossem membros da família.  Resta-nos engolir as lágrimas e seguir em frente

O PODER E AS MÃOS

  Minhas mãos tem poder... quando se unem  a outras mãos,  tudo podem. O mundo sofre  e espera esta união. Alguns vivem  de deixar os outros  sofrendo sozinhos  em seus quartos,  sem esperança  em saídas  para a vida. Fabricam sofrimentos... Ah... se a maioria soubesse do grande poder que tem,  quando estão juntos... Desperte!  Saia da dor! É hora de cantar,  dançar,   festejar...   assim deve ser a vida. Viver é simples,  a verdade é límpida,  amar é tudo. Caminhemos Juntos!

O jardim e o muro

  Construi muros...  observei-os  ora de dentro,  ora de fora. Como eram meus,  considerei-me   ora prisioneiro  ora liberto. Os que constroem prisões,  as sepultam primeiro em nós,  prisioneiros de nós mesmos. Formei um jardim  do lado de cá do muro,  cobri as paredes com trepadeiras... preservei o coração e os olhos  da falta de horizontes. Sigo uma esperança  oculta dos poderosos,  rastelando as folhas secas,  arrancando ervas, sonho completo  sem recortes.

AGUARDANDO...

  Escapaste outra vez... Sempre que a tenho por perto,  me escapas,  borboleta azul celeste  destas terras áridas. Esguia,  adormeces a eternidade  das minhas ansiedades... despertas tarde demais,  quando o Sol resseca desejos. És a ingenuidade no mundo,  distração do mal... Crês nos campos de lírios,  abertos para o amor... Toco a flauta baixinho,  quem sabe ouças,  inclua o chamar  nos teus sonhos  embalados de esquecimento. Os dias vão contados  em segmentos  santos e profanos  de tuas marés,  e distante, aguardo  o despertar ...

PERMEÁVEL

   Tudo passou por mim,  busquei ser permeável. Aprendi a ser diverso e único. Sedimentei aprendizado conflitante,  nem sempre encontrando explicações.  Aos mistérios  alcei voos impossíveis,  restrições acres. Às realidades,  a consciência das lágrimas,  levou à perseverança.  Acostumei-me a aceitar   enquanto meditava,  verdade em gestação  Ao coração deixei  um lugar  especial,  linguagem inaudita,  inferência entre linhas. Sigo esta mescla em formação

SÓ VOCÊ

   Só você  para arrancar  minha solidão. Só você  para me deixar  cultivar esta solidão.  Só você  para compreender  minha solidão.  Há um buscar em mim  que me faz sentir só... Indefinida mistura  de gente por existir,  ações por fazer. Nem as músicas,  nem versos,  nem sair por aí  sem lugar definido, nem nada... Só você é capaz,  sem saber,  de afagar  esta angústia  solitária... Você!! Mais ninguém...

TODO DIA

  Todo dia  um despertar... meditar,  lembrar-se da noite,  dos sonhos,  interpretar... Todo dia  agradecer a Deus  por viver,  buscar ser melhor. Todo dia  um levantar, perceber ao redor... Todo dia  uma roupa,  um café, acreditar, existem saidas... Todo dia  caminhar,  informar-se  de tudo,  analisar, , considerar  as pequenas  e as grandes lutas. Todo dia  fazer parte  da trama,  das ações,  transformar Todo dia  beijar,  alegrar-se, amar muito,  desprezar o mal. Todo dia  também  entristecer-se  revoltar-se,  ser justo. Todo dia  sair sem destino,  descobrir  as realidades  tão amplas,  sua distância  a elas,  conscientizar-se... Todo dia  trabalhar,  suar,  manter a vida,  sua e dos seus, sobreviver. Todo dia  solidarizar-se  com quem  não tem  como sobreviver... Todo di...

MATURACAO

  Ai, os dias do meu tempo  passam indiferentes,  como se não existissem. Alegrias costumeiras,  dores particulares,  ocultas... Idealizam a eternidade  a uma longa rotina... Não fossem as manhãs,  como suportaria  o mesmo de sempre? Uma sensação falsa  de dever cumprido,  justifica o repetir-se diário.  A boca fechada,  os olhos abertos...  coabitar exige palavras,  aguardam maturação. Os pensamentos  arrefecem, padecem... Até o dia  em que a História  encontra-se com a verdade  e explode,  forte eclosão,   consequência  da longa espera...

MARÉS

   Não percebo mudanças  um dia após outro.  A consciência ignora  seu progresso inconsciente. Me vejo  muitas vezes estático, repetitivo. As noites lançam  estas luzes ocultas  dos escuros dias. Talvez alguns anos  mostrem diferenças... Seguimos no lusco-fusco,  meio às apalpadelas  de quem somos,  onde estamos,  o que queremos,  para onde vamos... Do passado distante  até me esqueço,  e surpreendo-me  quando citam algo que fiz.  Consinto assim  fingido de mim. Meu ser passeia no tempo  como as marés... vai e volta,  vai e volta...

DESMEDIDOS

  Meu amor,  as confidências  que trocamos  nas margens diárias,  perdoam os oceanos  de suas atrações lunares. Somos da substância  dos faunos e das ninfas, entremeados de sabedoria.  Sabemos nos perder,  sabemos também  nos encontrar. Nossa medida é desmedida

SEM ENREDO

  Estou sem enredo,  vou como vou,  onde o vento assoprar. Procuro às noites,  comprar alguma passagem  para lugares inusitados,  antes que o Sol  aponte no horizonte. Minha caneta pensa antes de mim. Permite apenas  que reflita  meu desconhecimento,  meu mistério particular.

PULSAÇÕES

   Não vivo só de versos,  sou diverso. Não vivo só de encanto,  vou ao campo. Não vivo de só de sonho,  componho.   Meus pedaços  são pulsações  que chegam a ações. Do coração aos corações,  de mãos às mãos. A palavra luta para ter vida,  toca interiores,  convida. Palavras suaves e duras,  arrancam carrancas  das molduras,  abrem expressões francas. Descansa seu tocar singelo,  elo do sentir e agir.

DORMÊNCIA

   Tua dormência  acende muitas luzes,  caminhos trilhados,  fugidios. Tua dormência  é uma catedral  aguardando   badaladas de sinos.  Observo a noite escura  como um grande  exercício estoico,  acalmando abrasamentos,  memórias mortas  revividas. Não sabes a dimensão  de minhas batalha  enquanto não rompo os portões deste castelo? Sequer imaginas  as danças ocultas  que despertas.  Teu lânguido deitar  mais desperta  que adormece.

IMOLAR-SE

  Minhas lágrimas estão sempre enxutas,  meus soluços são silenciosos. É necessária grande atenção,  de antemão,  para perceber este córrego  oculto pelo tempo. Comprender a dor milenar,  genética,  da humanidade.  Continua a ser reproduzida  em sua imbecilidade.  É necessária a força da insuficiência,  como consciência da desproporcionalidade. Correr contra a vontade do tempo,  imolar o amor

SUPERFICIALIDADE

 . Lembre-se dos ventos,  das tempestades,  as calmarias. Lembre-se da solidão,  das grandes festas vazias. Lembre-se da proximidade do chão,  e das inalcansáveis alturas. Lembre-se que amanhã é outro dia,  e tudo também se esvazia... Guarde-se esquecido,  na sinceridade de si mesmo. Exponha teu neutro ser,  ao universo de opiniões.  Que o principal conviva com a paz,  já é suficiente.

NÃO É SÓ ISSO...

  Não tenho motivos claros para as lágrimas... Não tenho razões seguras para sorrisos... Tudo é uma grande somatória,  enzimas que reagem, somatizadas em mim. Não tenho porque dar explicações,   nem sempre entendo  o que se passa,  ao meu redor, nem tenho que entender... Preocupo-me em ser útil,  conseguir ser útil,  superar a inutilidade,  mas também ser livre,  e dispensar obrigações.  O tempo das divagações  surpreendem pela demora,  até ser tarde,  e vejo  que fiquei devendo,  junto com o mundo,  a grandes e pequenas soluções. Há mais a completar,  no pequeno e no vasto... Assim, vivo porque vivo, choro porque choro,  sorrio porque sorrio,  divago porque divago...

BAGAGEM

Bagagem oculta, sombra insepulta de conhecimento e experiência no caminhar distante... Tolera, afaga, compreende... Indigna-se, revolta-se, repreende... Veste-se de nudez e transgressão cobre-se de formalismos obrigatórios diverte-se enquanto vê. Percorre os labirintos da ordem que dá em nada, como um passeio com o cachorro  no final das tardes. Encontra as palavras certas no emaranhado da sobrevivência,  como oportunidade de paz e conforto... Depois chora o grande desperdício  de nós mesmos,  desatentos e perdidos,  caça louca de enredos sem fim. 

CHEGADAS E PARTIDAS

  Não sei despedir-me... Imagino sempre  que iremos nos encontrar  novamente.  O encontro toma conta de mim...  se pudesse  permaneceríamos juntos,  mas os projetos,  a sobrevivência  ocupam muitos espaços  Com o tempo  percebo as distâncias,  as mágoas,   saudade,  a ansiedade de ver, ouvir, falar, tocar... Sentimentos diversos  vão se produzindo  no silêncio da vida,  intervalo de afazeres. Chega a hora  das descobertas;  para alguns  é como se ainda  caminhassemos juntos,  para outros,  a alegria do encontro,  outros ainda,  telefonam,  marcam dia e local,  pomos a conversa em dia,  é insuficiente. A dor é quando  escapam alguns,  fortuitamente de nossa memória,  e fica tarde,  muito tarde para nos vermos novamente,  fazem-se de ausentes,  provamos também o esquecimento. Assim vejo meu país,  estamos todos ...

PORTÕES ABERTOS

 Meus portões estão sempre abertos... Quem entra? Distraído de mim,  não questiono quem vem... tantas diferenças  perco referências... Prefiro a surpresa,  o novo e o velho,  o que vier.  Aprendi a considerar,   mais que escutar Então venha,  seja quem for,  seja bem vindo,  caminhemos juntos. Desperto antes do Sol,  até o primeiro raio  atingir-me os olhos,  aí viro concreto  entre pássaros,   e também canto

PRESENÇA

   Como posso estar ausente? Sou gente,  amor e a vida  estão em mim... Nada me escapa,  fugir não consigo,  volto sempre ao leito,  rio que segue sonhando  seus contornos,  suas quedas,  vazantes,  secas.  Fui fonte,  riacho,  recebi visitas marcantes,  influentes afluentes,  cresci largos leitos, até amar... Fui sereno, garoa, chuva, tempestades, aprendi a importância  dos pingos na terra  dos raios na escuridão,  nada me escapou  de tudo escapei. Sigo com a história nas mãos  perto da foz,  consciente do fim,  as marcas de ter feito sua parte  no grande encontro de tudo,  eu no meio ambiente. Quem ouve as águas  levando mansidões  sabe dos encontros...

DOCE É VIVER

  Doce é viver deixar correr como é... Doce é se deixar levar. Doce é amar... Viver é melodia e letra,  é percorrer livre os espaços  sem restringir-se. Ah...como é bom viver, ter amigos  confidenciar segredos superiores  do criador,  superar a dor. Vou visitar você,   quem sabe  sorriremos de tudo,  choraremos também,  porque faz parte,  tem seu aprendizado.  Durmo a paz de viver  sabendo que percorri  tudo como queria,  livre e solto...

TARIFAÇO POÉTICO

   De hoje em diante, todos aqueles que quiserem entrar em meu coração deverão pagar taxas, conforme o que são e fazem São estas: 100% pela indiferença... 100% pela maldade e ódio  100% das ausências e omissões  100% em ceder ao medo. 100% por não pensar no povo citando a pátria 100% por não conhecer nem saber viver a paz. 100% não procurar superar-se no que faz. 100% ao olhar mais para si... 100% aos ricos...encontram sempre formas de isenção  Não taxarei os esquecidos e desprezados pela maioria Não taxarei os que vivem apertados nas periferias de todo tipo, aguardando quem os socorra. Não taxarei as mulheres agredidas e assassinadas... Não taxarei os que sofrem toda espécie de discriminação. Deixarei entrar sem taxas  os pobres  os desempregados,  os que choram escondidos  seus sofrimentos. Tenho um coração zeloso que taxa sempre os poderosos e os maus... Não dou prazos, nem volto atrás... Este o TARIFAÇO que estabeleço

CONSCIÊNCIA

   Examino a consciência...  desafia a superar,  a rara compreensão... Ó solitária angústia!   Ó degraus de mim! Guarda um silêncio  observante, infante  em véspera do combate  a segurar a lança. Hostil,  incendeia o horizonte  em dimensões inauditas. Insaciada  das mansas margens  repouso da mundanidade,  sai às ruas  a busca  de quem a entenda. Tudo pela consciência! Tudo pelo coração! Gestada dentro  busca  boca a fora,  quem a decifre  de si mesma,  independe dela.