Não sei despedir-me...
Imagino sempre
que iremos nos encontrar
novamente.
O encontro toma conta de mim...
se pudesse
permaneceríamos juntos,
mas os projetos,
a sobrevivência
ocupam muitos espaços
Com o tempo
percebo as distâncias,
as mágoas,
saudade,
a ansiedade de ver, ouvir, falar, tocar...
Sentimentos diversos
vão se produzindo
no silêncio da vida,
intervalo de afazeres.
Chega a hora
das descobertas;
para alguns
é como se ainda
caminhassemos juntos,
para outros,
a alegria do encontro,
outros ainda,
telefonam,
marcam dia e local,
pomos a conversa em dia,
é insuficiente.
A dor é quando
escapam alguns,
fortuitamente
de nossa memória,
e fica tarde,
muito tarde
para nos vermos novamente,
fazem-se de ausentes,
provamos também o esquecimento.
Assim vejo meu país,
estamos todos caminhando
em uma construção
de várias estradas,
chegadas e partidas...
Nem sempre nos encontramos...
Temos de aceitar a realidade
do tempo e das distâncias,
serenos que continuamos juntos.
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