O jardim e o muro

 

Construi muros... 

observei-os 

ora de dentro, 

ora de fora.


Como eram meus, 

considerei-me  

ora prisioneiro 

ora liberto.


Os que constroem prisões, 

as sepultam primeiro em nós, 

prisioneiros de nós mesmos.


Formei um jardim 

do lado de cá do muro, 

cobri as paredes com trepadeiras...

preservei o coração e os olhos 

da falta de horizontes.


Sigo uma esperança 

oculta dos poderosos, 

rastelando as folhas secas, 

arrancando ervas,

sonho completo 

sem recortes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

PLEBISCITO POPULAR

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal