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Tenho orgulho de ser perseguido.




Sou o que padece
pelos tempos.

Pequeno,
não valho nada.

Tenho apenas
a cabeça
que pensa,
ouvidos
e, principalmente,
a boca.

Minha boca
é o termômetro
da verdade.

Se avermelham 
os lábios,
saem
verdades 
duras
insuportáveis,
surdas.

Se entro 
na Igreja
partido
se arrumo
um trabalho,
Logo
uma perseguição
se forma.

Trago um azedume
incrustado
da aversão
do mundo,
nestes versos
libertários.

Os que não
toleram
palavras,
gestos,
olhares,
põem
as barbas
de molho .
Detestam
a vocalização
da verdade,
cântico
de trombetas
ribombando
mente
a dentro,
bueiro
dos esgotos
humanos.

Tornam-se 
perseguidores
clandestinos
por trás
de sorrisos
amarelos.

Possuem olhos
faiscantes
repletos 
de ódio,
não sabem 
o que falam.

Continuo 
em paz 
com a verdade
gratuita,
desatrelada
das formas,
poderes,
estruturas,
sentimentos.
.
Fora do tempo
Deus sorri
deste canto
que desata
o nó
da ordem,
dominante,
resgata 
o sentido
de tudo.

Não há razões
para a falsidade,
arrepio da vida.

A vida é a vida.

Nela 
há limpidez
cristalina,
paz,
liberdade,
verdade,
amor.

A vida é clara
sem justificativas.

Ela se basta 
e pronto!

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