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VASTO MUNDO

 

Admiro a liberdade das nuvens,

caminham paradas,

visitam novas paisagens,

revestem-se de formas novas,

depois dispersam,

misturam-se aos elementos,

integradas.

 

À beira dos grandes rios,

entretém-me as águas caudalosas

passam em mansidão constante,

nem sei como se formam,  

crescem em volume,

onde se dispersam,

se no mar,

grandes lagos...

 

Detenho-me diante

de elevadas montanhas,

despertam desafios,

olhares superiores,

convidam a escalar

encostas perigosas,

reentrâncias novas

reconhecer a pequenez.

 

Diante do mar vasto

perco a vista,

distante da realidade,

próxima do sonho,

convida mergulhar

o desconhecido

desafiar.

 

Atraem-me as grandes multidões,

suas múltiplas direções,  

não sabem o que fazem

porque fazem,

sobrevivem

em trajetos 

preestabelecidos.

 

 

Sou nuvens,

sou rios,

elevadas montanhas,

mar vasto,

espalho-me a sonhar,

costurado em grandes multidões.

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