Por você não morro hoje
Tua presença
é brisa do mar,
rede de paz,
descoberta
de um mundo novo.
Não morro ainda
porque da dor
brota humanidade,
eu tão seco dos anos
retalho e costura.
Seguro a vida
desde cedo,
surpreendido,
jogado para fora,
no mundo.
Não entendi o tempo
até consumir-me,
em aniversários;
cadenciam a caminhada
desconhecida.
Não,
não morro agora,
o Sol retira pesadelos,
e sonhos também,
depois chove muito,
anoitece...
Vivo porque vivo,
sigo o mistério
destes passos inúteis,
acalentando direitos,
regrando o amor...
insuficientes.
Tudo por se fazer,
tudo por terminar.
Então componho
um possível,
compreensível...
Então vivo
O embalar do tempo,
vento que refresca
a cerviz dura,
canto indecifrável
dos pássaros.
Não morro agora,
porquê, não sei
deixo acontecer...
Comentários
Postar um comentário