Bate tuas horas
relógio de corda,
nem os galos acordaram.
Bate sonolento
este tempo infinito,
que me dou corda
só para te entender.
Quem precisa te ouvir?
Todos correm!
Estás sim,
fora do tempo,
relógio de corda,
paradoxalmente
atrasado
e no horário.
Nós que modificamos
o tempo,
e o colocamos no museu
do esquecimento,
de quando
andávamos juntos
tempo e afazeres.
Não te vejo
mais na parede,
do final da escada,
orientando
quem sobe,
quem desce.
Há escassez de tempo....
Quem sabe
um relojoeiro
possa ajustar...
Bate relógio
porque ainda
há tempo
de nos atrasarmos
para ajustar a vida.
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