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SÍNDROME DO DOMINGO

O domingo se vai, 

onde é que 

não sei 

que termino, 

que não sei 

que saio.


Torpor 

do tempo, 

embriagado 

de seus excessos 

semanais.


Tempo 

que não se refaz 

de seu descanso 

obrigatório.


Estático 

dedica 

o regaço, 

ao cansaço 

antecipado 

do que não ocorreu.


Há uma despedida 

e um início 

de uma continuidade 

indefinida.


Sigo 

em perplexo silêncio 

desconhecido 

de tudo e de todos.


Melhor sossegar 

e deixar o dia passar. 


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