TRISTEZA AMIGA

Tenho 

uma tristeza 

íntima, 

que teima 

em ficar. 


Está 

em mim 

e além mar.


Perde-se 

no emaranhado 

em que somos 

enredados, 

luta 

por escapar 

das redes, 

como peixes, 

sufocados 

pelo excesso de ar.


Constrói 

moradia 

permanente, 

odeia 

quem mente 

não tem alegria.


Sabe de si, 

circunspecta 

diante do mundo, 

tem consciência 

das perdas 

de vida, 

desperdício 

de vidas.


Segue,  

muitas vezes 

silenciosa, 

outras tanto, 

criteriosa 

com o que vê 

e diz, 

porque invadem 

até sua seara 

interior,

onde se justifica.


Não pode chorar, 

contém-se, 

não aceitam 

fraquezas,

escapa 

por pequenas 

lágrimas 

logo secam. 


Guarda 

um interior 

inexpugnável, 

do mau, 

meio como 

por ele criada,

discerne.

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