FREIOS E ARREIOS

 

Desculpem o quanto escrevo, 

é que os poetas são tão poucos, 

versos esporádicos 

em mundo hostil,  


Tempos de violência 

em lugar de palavras,  

quem sabe abra grades,

tão fechadas grades...


Recito, 

não respondem...


Não há janelas, 

onde possam debruçar 

o tempo, o amor... 

encontro de si mesmos.


Ausente permanência...


Quem sabe voltem a si, 

das afogadas existências, 

continências inúteis, 

raivosas...


Ah o poeta quer despertar, 

tem apenas a palavra, 

prisioneira 

de mantras,

freios 

e arreios...


Canta 

a toda hora, 

fora de hora, 

nem sempre encanta...


O poeta carrega 

um coração solitário, 

desdobra o vocabulário, 

não arrega...

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