Abro uma trégua,
unilateral,
não é possível
esperar o outro lado.
Trégua
desta guerra diária
das pessoas
que se olham no espelho,
não se reconhecem,
passam por cima
umas das outras.
Trégua
do amor descartado,
guardado no passado.
Trégua de mim, de você, de nós...
É preciso retirar os corpos,
caíram
em meio aos confrontos,
estão expostos ainda
nos campos de batalha,
clamam por justiça.
Vou interromper a noite
de seu interpelar eterno,
conduzí-la
para o frio abandono...
lá poderá rever-se
do turbilhão oco.
Quem encontrará espaços
em meio às imensas tensões?
Porquê as forças estão abaladas,
chega a hora...
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