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Calor em Sampa está insuportável, e o povo está nas ruas

O verão está dando mostras de como virá: muito quente e com chuvas torrenciais.

Não existem mais explicações dos ambientalistas, tão acostumados a nos acusarem de toda esta transformação na natureza.

Ora, eles são igualmente responsáveis por toda esta desordem.

São mesmo bucólicos e trovadorescos, pois não os vejo nem perto do modernismo, quanto mais desta pos-contemporaneidade em que vivemos.

O povo está nos bares, restaurantes, refrescando-se e trocando amabilidades neste fim de ano.

Tudo vai sendo "perdoado", protelado: os inimigos suspensos temporariamente de seus confrontos, os endividados em trégua para cobranças posteriores, os projetos reafirmados como fé, os encontros como se fossem de irmandades religiosas, enfim há um lambe lambe que eu desejaria que fosse mais verdadeiro e frequente.

É como se estivesse acontecendo um Jubileu, daqueles proposto por Deus no Antigo Testamento e que não ocorreu, tipo de perdão amplo que permeia a toda a sociedade.

As pessoas parecem ser mais fraternas, posto que é data comemorativa do nascimento de Jesus Cristo.

Lógico que o assaltante continua assaltando, o adúltero adulterando, o mentiroso trapaceando, enfim os ilícitos todos continuam normais; porém, parece que prevalece o bem.

Têm-se a impressão que uma névoa de paz e entendimento se sobrepõe ao mal, que se encolhe envergonhado.

Os pobres são lembrados, eles que são colocados de lado durante o ano inteiro.

É mesmo incrível este espírito que toma conta de todos e tudo.

Gostaria de viver de Natal, num eterno nascer de Jesus, numa confraternização interminável, de refeições comuns e esquecimento dos males.

Ah, Jesus!  Nasça todo dia neste teu povo.

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