Um tempo, um espaço, e um ausente.


Um tempo me tem
para dizer a que vim
independente de mim

Existe um espaço
... além da sala
convidando-me a sair.

Tenho a mim?

Mais provável
ter um eu
desconhecido,
por conhecer-se.

Mais certo
estar a esgueirar-se
no tempo e no espaço
buscando entender
o mistério da vida.

Mais justo
ir descobrindo-me
ajustando-me
revoltando-me
enquanto o sentido das coisa
não pode ser esclarecido.

Ponho-me na calçada.

A vizinhança
cumprimenta
a superficialidade
desta caminhada.

Convenço-me
da estreiteza
do existir
sem sentido,
e imploro
ao Altíssimo
uma graça
que suporte
a este mundo.

Vou pagando contas
e arrumando serviços.

Para alguns isto é o principal.

Vejo nisto um suicídio precoce
uma perda de tempo e de espaço

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