O tempo passa.
De tudo
sobram lembranças
nos fatos
que permanecem.
Estamos num Brasil
semi-resolvido
mas cheio de auto-estima.
Pedem-me para usar branco.
De ano em ano
exaltamos a paz
enquanto diariamente
sofremos violência
e morte.
Conquistei isto
perdi aquilo.
O mundo
reduz-se
a um prolongado
emprego.
Como incomoda
esta constatação
O mundo
contorna
a vida
com estranha
sutileza,
maléfica,
e a mantém
superficial.
Nada mais
satisfaz,
tamanha a força
das transformações
São precisos
novos esportes
novas relações
mais radicais
em crescente
desafio
tensão.
Quero um desenvolvimento
voltado para o bem
do homem,
sem esta pressa toda
enlouquecida
em desejar
ser o primeiro.
Não quero trocar de roupas
com tanta frequência
nem conhecer tantos lugares
de uma só vez
só para dizer que fui.
Quero um tempo para mim
para minha amada,
esbaforida
nos apertos diários.
O ano que vem...
sim, o ano que vem.
Um verdadeiro
enigma.
ainda mais
inesperado
para
resistir
neste frenesi
capitalista.
É preciso
resgatar o tempo
para o ser humano,
naquilo que é essencial.
Passearmos juntos
encontrando pessoas
e tomando limonadas
nas tardes quentes
de verão.
Sem pressa,
proseando.
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