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Feijoada esperta...




Domingo de sol, 3 de novembro de 2013.

Todos se recolhem de suas lutas.

Os ateus agradecem a Deus pela conquista do domingo.

Será que as revoluções levarão ao lazer supremo?.

Os cristãos estarão nas igrejas rezando nas celebrações litúrgicas.

Como o Brasil é um país cristão, então não importa muito, agora, o que se passa em outras crenças.

As famílias estarão reunidas.

Pouco barulho de carros e de gente nas ruas, a não ser nas avenidas.

Parece que até os pássaros descansam.

Imagino que as grandes decisões mundiais deveriam acontecer neste clima de domingo, clima de ressurreição, imaginando que o principal já foi conquistado, e que detalhes que precisam ser acertados.

Faz parte de meu imaginário.

Desculpem.

A realidade passa por cima das vitórias, e retroage às épocas primitivas, guerras.

Deixa para lá.

Hoje estamos fazendo uma feijoada.

Nela vem paio, linguiça, carne de sol, pernil(confesso que o lombo que faço sempre fica duro), bistequinha, louro, cebola, alho, sal(bem moderadamente), e feijão preto.

Tudo acompanhado por uma farofa crua e branca, que será queimada, bem à moda baiana, acompanhado de arroz branco.

A pimenta não pode faltar. Ela dá o tchan.

Caipirinha não porque tornei-me abstêmico há anos.

Haverá cerveja para o povo, e para mim também(sem álcool).

Afinal, é domingo!

No mais, é ir controlando a panela, vendo o tempo de cada carne entrar para não se desfazer, mexendo a farinha até queimar.

Reuniremos a família, organismo básico de relações sociais.

Ela usufruirá deste almoço.

Ela celebrará sua unidade natural, apesar das divergências que convive.

Menos hoje.

Hoje ela comerá a feijoada esperta até enfastiar-se, depois voltará cada um para sua casa para dormir deste grande esforço.

Vale a pena.

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