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A desislamização da revolução dos jovens no Oriente médio

Muito interessante o estudo apresentado sobre as características das revoluções dos jovens no Oriente Médio, que pegou de surpresa tanto o islamismo fundamentalista, como o ocidente discriminador do islamismo.

Leia a matéria do Zenit


Jovens afastados do nacionalismo islâmico


 “O caos árabe: pesquisas e dissensão no Oriente Médio”


 13 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Já não existe a lógica do dualismo da Guerra Fria, não existem os velhos esquemas pró ou contra o Ocidente, não há um movimento estruturado, mas uma geração de jovens conectados à internet após a “primavera árabe”, em que o lema “nós ou o caos” já não funciona, mas cujo resultado não se dá por descontado.


Estes foram alguns dos pontos tratados no último dia 10 de junho, durante a apresentação do livro “O caos árabe: pesquisas e dissensão no Oriente Médio”, escrito por Riccardo Cristiano, que contém uma coleção de artigos de jornalistas árabes publicados antes de que explodissem os protestos no norte da África e no Oriente Médio.


“O motivo que me levou a traduzir estes artigos – disse o autor – foi o de dar a possibilidade de transladar as observações dos países. As coisas mudaram. Esta visão mudou porque terminou a Guerra Fria”, ainda que o problema seja diferente e, ao contrário de Solidarność, “agora não falamos de uma organização, mas de um movimento de jovens”.


Atualmente já não existe “o esquema do 'bem contra o mal' – continuou -, não se pode continuar dizendo que se defendem os direitos dos palestinos negando os direitos dos árabes. Agora já não vale ser pró ou antiocidental para poder negar os direitos humanos, porque, antes de tudo, os jovens de hoje reivindicam seus próprios direitos”.


Riccardo Cristiano destacou depois que “é necessário evitar o erro de indicar uma discriminação só contra os cristãos, porque isso islamiza o problema”. De fato, “não se discrimina só os cristãos, mas todas as minorias”.


Ao tomar a palavra, Mario Giro, responsável para as relações internacionais de Sant'Egidio, presente no evento, afirmou que algo se rompeu e algo está nascendo: “Os jovens já não têm medo, querem seu futuro. Não é um complô político violento e por isso não se ouviram slogans contra os Estados Unidos, o Ocidente ou Israel”.


É uma situação em equilíbrio que o autor chama de “caos” e que reflete um mundo fossilizado, além de nos ensinar que tudo isso aconteceu “sem que nós, os europeus, tenhamos feito nada”. Porque “o Ocidente racionalizou com o medo dos soviéticos, depois dos islâmicos”.


O vaticanista Francesco Peloso também interveio na apresentação do livro, falando, no entanto, de uma tomada de posição prudente por parte da Santa Sé diante da guerra da Líbia e a primavera árabe, e se perguntou se houve uma falta de análise e de compreensão da complexidade dos fatos.


Em sua opinião, este livro “desislamiza um pouco a nossa visão. Ultimamente, algo está mudando, graças à visão de alguns episcopados locais, que dizem 'basta' aos regimes e governantes corruptos no poder. É um processo que ainda está em curso”, concluiu.

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