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Andanças pelo centro de Sampa após o feriado de 2/11/2011

Esta manhã de quinta-feira, dia 03 de novembro, andei pela região central da cidade tentando encontrar alguém que consertasse uma simples gaita harmônica que tenho apresenta defeito. Já não ressoa duas notas, inviabilizando tocar qualquer música.

Fiquei frustrado, pois não encontrei uma alma vivente que saiba consertar gaita em São Paulo. Incrível!

Acabei por mandar um e-mail para a fábrica da Hering, perguntando se existe lá algum curso de manutenção de gaitas, pois parece que não há. Se necessário eu mesmo farei um curso para isto. Deve ser uma mina de ouro.

Isto faz lembrar-me de um amigo, o Sales, que conserta motores de navios. Ganha muito bem, porque muito poucos consertam motores de navios no país. Ele passa meses fora de casa, nos portos, ou em alto mar, consertando navios. Tem uma barba longa,  anda de chinelo o tempo inteiro, e fuma como um condenado. É bem o tipo de um náufrago, em meio a um motor em pane.

Voltando ao centro de Sampa, durante a andança, vi uma população semi-desperta, uma cidade semi-limpa, e um expediente semi-aberto.

Entrei na Igreja de Santa Ifigênia , escura e sombria, para uma pequena oração e curiosidade.

Senti-me por instantes, num ambiente da Idade Média, daqueles mosteiros lúgubres e abandonados. Haviam algumas poucas senhoras em oração. Tudo muito vazio. Pudera, era ainda de manhã.

Detalhe: não localizei o Sacrário, sendo que onde normalmente ele está, havia um imenso órgão bem no centro do altar.

Imaginei, se eu que não tenho quem possa consertar uma pequena gaita, quanto mais o Pároco desta Igreja alguém para ajeitar este órgão, se este quebrar-se.

Há um tal de Sílvio, no final da rua Santa Ifigênia, que conserta sanfonas. Dirigi-me para lá. O princípio de funcionamento da sanfona é o mesmo da gaita, por isso imagino que ele possa consertá-la.

Ao chegar lá, infelizmente, o tal Sílvio não havia chegado para trabalhar. Deve ter estendido o feriado como tantos fizeram.

Afinal Finados foi um feriado no meio da semana.

Ainda bem que hoje não sou lojista, já fui, pois sei o quanto quebra as pernas do negócio, um feriado de meio de semana.

Repercute sobre toda a semana, a queda das vendas.

Foi esta a minha leitura, uma vez que a maior parte dos vendedores estava na porta das lojas. Não há vendas!

E estamos já em novembro, período que antecede o Natal, quando se deveria estar sentindo este espírito de fim de ano, presentes e tal.

Mas não, São Paulo está com um frio atípico no início e no fim do dia, e pela noite afora.

O restante do tempo é calor.

Viver entre calor e frio é bem paulistano

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