S o n e t o d o D i s t r a t o

Entre a prestação e outra de uma obra,
fui construindo o empreendimento da vida,
esperando que esta, uma vez pronta,
pudesse realizar meu sonho.

Qual vã esperança neste negócio,
ao perceber que os meus depósitos
deixam apenas a impressão do ter
sobre o ser, ambos em suspensão.

Mas basta!
Largo este vil rodemoinho,
e retomo o leme, a direção.

Onde a vida é corrida e disforme,
afronta saber que a rota retorne a nada,
qual uma vaga distração.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

PLEBISCITO POPULAR

O que escondo no bolso do vestido - Poema de Betty Vidigal