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Fundamentalismo islâmico provoca mortes na Nigéria

A religião sendo usada como instrumento de poder e não como base para um diálogo, é o que estamos assistindo no mundo, num crescente, desde quando ruiu o socialismo na URSS.

Quando a União Soviética fazia a compensação do poder hegemônico dos EUA, a influência do fundamentalismo religioso, principalmente o islâmico não tinha grande força.

Hoje, por exemplo, a política Palestina é administrada por dois movimentos, um fundamentalista, e outro, laico, oriundo da velha influência da União Soviética, que mantém-se com dificuldades, respaldado pelos movimentos sociais do mundo.

A Nigéria vive um fanatismo que busca a separação do Estado, como ocorreu recentemente no Sudão, onde os interesses econômicos, se utilizaram das diferenças religiosas e obtiveram sucesso.

O Brasil tem sobrevivido há décadas de globalização religiosa.

A divisão maior se dá entre os cristãos que se autodenominam de evangélicos, vindos sob influência norteamericana, e o catolicismo, que ainda têm alguma hegemonia, mas perde força ao longo do tempo.

Esta influência no Brasil dos evangélicos gerou na política a chamada "bancada evangélica", voltada a tornar o Brasil um país do "Senhor Jesus", diferente das concepções cristãs anteriores que consideravam isto já existir.

É movimento que se organiza para chegar ao poder, como no Império Evangélico do norte, trazendo suas ambições econômicas, e perspectivas belicistas para com outras crenças.

Consideram que apoiar Israel neste momento é fundamental, tendo em vista a volta de Cristo numa Jerusalém reunificada.

Isto foge do estado laico como o conhecemos desde a República, e lança uma nuvem de desconfiança sobre as religiões como um todo no país.

Segundo as pesquisas, este movimento cresceu junto as classes mais pobres, e estacionou e em certos casos diminuiu nesta década, conforme estas classes foram melhorando sua qualidade de vida.

A Igreja Católica, tomou dupla atitude: uma umbilical voltou-se a manter a formação de seus leigos seja em cursos, seja através de ações pastorais; outra, seguindo o receituário evangélico, com atividades basicamente espirituais, separando tudo o que diz respeito à realidade do país.

As antigas comunidades de base, praticamente desapareceram, por não suportar o volume da massificação de nosso tempo. Como era uma atividade comunitária, foi rareando.

Deixo mais um artigo sobre a barbárie fundamentalista que infesta nosso mundo pós-contemporâneo, onde a tecnologia de ponta convive com o atraso milenar. Retirei da Folha on line

Ataques a delegacias e igrejas matam 69 pessoas na Nigéria
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DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao menos 69 pessoas morreram em ataques coordenados realizados na sexta-feira (4), contra delegacias de polícia e igrejas na cidade de Damaturu, no nordeste da Nigéria. Os atentados foram reivindicados pela seita islâmica Boko Haram.
Fontes locais relataram que outras centenas de pessoas ficaram feridas quando os terroristas atacaram a sede da polícia, assim como três delegacias e seis igrejas, todas em Damaturu. Os ataques ocorreram entre a tarde e a noite de ontem. Moradores do município tiveram que deixar as suas residências.
Um dos ataques foi cometido por um suicida, que lançou seu veículo cheio de explosivos contra um prédio da polícia.
"Foi um ataque suicida com bomba contra um de nossos imóveis. O agressor veio a bordo de um carro e entrou no imóvel, e os explosivos foram detonados", disse por telefone o chefe da polícia do estado de Yobe, Suleimon Lawal.
Um membro da seita islâmica Boko Haram reivindicou o ataque. Essa seita, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", opera no norte do país majoritariamente muçulmano, mas com algumas comunidades cristãs.
A Boko Haram também reivindicou o ataque com explosivos do dia 26 de agosto contra a sede das Nações Unidas na capital Abuja, que deixou 24 mortos.
"Somos responsáveis pelos ataques em Borno [Estado cuja capital é Maiduguri] e Damaturu", afirmou por telefone à agência France Presse um membro da seita, Abul Qaqa.
"Vamos seguir atacando alvos do governo federal enquanto as forças de segurança continuarem perseguindo nossos membros e civis vulneráveis", acrescentou o integrante da Boko Haram.
Até o momento não se sabe se este ataque era dirigido contra o quartel-general da polícia ou contra as delegacias.
A polícia está em alerta máximo em todo o território.
O nordeste da Nigéria, país mais povoado da África com mais de 160 milhões de habitantes, costuma ser alvo de ataques perpetrados por combatentes da seita.
O norte da Nigéria é povoado sobretudo por muçulmanos que coexistem com uma minoria de cristãos, majoritários, por sua vez, no sul.

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