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A Praça da Sé no final da sexta-feira 13

É muito interessante visitar a Pça da Sé ao final das tardes.  Hoje, sexta 13, a praça estava cheia de pessoas apressadas em sair de algum lugar e de chegar em outro lugar.

Haviam também, como sempre, algumas que permanecem na praça apenas para discutir suas diferenças doutrinais, entre os diversos representantes das várias igrejas que existem em sampa.

Encontrei um rapaz, o João, da Assembleia de Deus discutindo com três adventistas. Sei que, ao final, eles me disseram que eu não seria salvo porque como carne de porco. São as religiões dietéticas que estão voltando ao judaísmo pré cristão.

Me preocupa esta pose de donos da verdade, mergulhados em seu unilateralismo de fé, sem se dar conta de suas superficialidades.

Soberbos na sua fé e desdenhosos de quem se coloca na frente para dialogar.

É como se Jesus, com toda a sua pregação, não tivesse pregado a justiça, o amor ao pobre, ao enfermo, a verdade, como valores principais para a salvação, e sim comer isto e não comer aquilo.

O rapaz da Assembléia citou os fundadores dos adventistas, lembrando que eles fumavam, e que morreram cedo, apesar de todo o controle alimentar

O irmão da Assembléia, quando eu citei o dom do discernimento dos espíritos ficou impressionado como um católico pode ter este pensamento. Falei-lhe que é natural pensar assim, no Espírito Santo.

Foi interessante, pois há um diálogo, ainda que cheio de contraditórios, de permanência nas suas próprias opiniões.

Voltei para casa considerando a inutilidade desta minha participação, uma vez que o principal é fazer o trabalho pastoral, e não ficar em discussões.

O fundamentalismo está presente quando não conseguimos ver o que o outro tem de interessante que possa ser reconhecido, quando nos apegamos a certas opiniões e delas não abrimos mão. Isto mostra a existência do fundamentalismo.

O Brasil tem muito fundamentalismo cristão, ou melhor, falsamente cristão, porque Cristo mesmo disse ao Pai "que todos sejam um, como Eu e o Pai somos um".

O fato de dialogarem foi muito bom.

Silenciosamente ouvia as discussões, e de vez em quando, expunha uma opinião.

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