A solidão
é um estado
sem tempo
sem espaço.
Uma sensação
de esquecimento
mútuo
de todos
por todos.
Uma conclusão
de que andamos
e estamos
no mesmo lugar.
Um desdenhar
do futuro
que não existe
e um recordar
do passado
que também
já não existe.
Não há pessoas
nem paisagens
porque destoam;
não há música
e danças
devido
a um permanente
nada.
Deus presente
não é convidado,
ninguém é convidado,
tornam-se intrusos,
uma representação
exterior.
Não surgem perguntas,
não se esperam respostas
despreza-se a dúvida
e a própria rejeição.
O mundo corre lá fora
como uma engrenagem
desenfreada,
que procura
procura
e não acha
nada.
O mundo critica
constroi,
faz,
desfaz.
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