Na primeira reunião, junto à sua base de apoio após a vitória, realizada pela Presidenta Dilma, o tema principal colocado na mesa foi o da eliminação da pobreza e da indigência.
Na ocasião decidiu-se em adiantar em dois anos o calendário previsto para a eliminação de ambas, passando de 2016, para 2014.
Lembro-me também que o Presidente Lula colocou como questão básica de seus governos, a erradicação da fome, tendo sido acentuado explicitamente no seu primeiro governo.
O combate à fome aliás, antecede esta preocupação de Lula e nos faz lembrar que Betinho teve tão grande envolvimento com isto que foram feitas várias mobilizações nacionais, de arrecadação de alimentos, como se assim o problema fosse resolvido.
Bem, esta é outra questão, porque, uma coisa é você realizar uma política focada e progressiva de eliminação da fome, e outra coisa é alimentar agora o faminto.
Intenções à parte, a História é inexorável.
O fato é que, segundo o IBGE, em 2009, 11,2 milhões de brasileiros passaram fome. Isto, apesar do Bolsa Família, dos Programas sociais da Previdência Social, do processo de crescimento econômico com o respectivo aumento do mercado de trabalho formal.
O que é a insegurança alimentar grave?
Segundo artigo da Folha de São Paulo, obtida e caracterizada pelo IBGE, a insegurança alimentar grave "indica que a falta de recursos para comprar alimentos é tão crítica que afeta as crianças, que sofrem uma ruptura nos padrões de alimentação. Também ocorre quando algum indivíduao, criança ou não, fica um dia inteiro sem comer, por falta de dinheiro".
Houve uma diminuição de 24,8% deste contingente entre os anos de 2004 e 2009(caiu de 8,2% a 5,8%) representando 3,7 milhões de pessoas a menos.
Isto pode ser considerado um avanço inédito, mas imoral e insuficiente, se pensarmos na quantidade ainda de 11,2 milhões de famintos, e de que há uma passagem de insegurança alimentar grave, para moderada e, desta a para leve, adentrando, finalmente na chamada segurança alimentar, caminho longo e perigoso, que pode ter suas idas e vindas.
Por isto deve ser importante analisarmos como se comportam os números destas inseguranças alimentares, no seu conjunto.
Vamos primeiro à caracterização destas inseguranças "complementares". Existem ainda estes dois outros tipos de insegurança alimentar:
2)a moderada (quando há ruptura nos padrões de alimentação, ou redução quantitativa de alimentos entre indivíduos)
3)e a leve (quando há preocupação ou incerteza em relação ao acesso aos alimentos).
A insegurança alimentar moderada teve também uma redução grande de 30,8%, (de 11,3% para 7,4%), representando uma queda de 20,6 milhões para 14,3 milhões.
Já a insegurança alimentar leve teve um aumento de 8,8%, indo de 36,9 milhões para 40,1 milhões de pessoas. Este aumento se justifica pela melhora dos indivíduos que viviam nas condições dos estratos inferiores.
Esta situação da insegurança alimentar grave localiza-se mais na Região NE, particularmente no Piauí e Maranhão, ainda que também tenha sido lá onde houve maior melhora.
Bom, isto ainda é imoral. Foram feitos progressos, "como nunca antes no país", e concordo com o meu querido Presidente, mas são satsfaz.
Não se pode aceitar fome no país.
Não é autenticamente moral dizer que o número de esfomeados diminuiu, porque a fome não é uma estatística, mas uma condição de vida inaceitável.
Quanto à segurança alimentar, o Brasil está na faixa dos 65%. em termos comparativos nos EUA esta faixa está nos 85%
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