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Ufa! Voltou a paz ao país.


- Ufa- dirão alguns- até que enfim terminou a eleição.
- Já não aguento mais tanta baixaria!- dirão outros.

O fato é que um processo eleição, que envolve cargos tão importantes, como o de Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais, acaba por envolver, ainda que obrigatoriamente, todos os brasileiros numa engalfinhada luta verbal pelo poder.

Agora que estamos mais relaxados, podemos dizer que não foi uma eleição fácil.

Considerando a capacidade do Governo Lula de entrar na campanha com uma ampla aliança já estruturada e substantiva, e de jogar ele próprio o seu prestígio pessoal na vitóra de Dilma, é de se surpreender o resultado obtido pela oposição.

É de se perguntar se Serra entrasse nesta campanha com propostas e planos de governo realistas, em vez da colcha de retalhos, do tipo "Mínimo de R$600,00", "Mutirões de saúde", "União pela Educação", etc, poderíamos estar diante de um confronto mais difícil. Porque o povo brasileiro não entraria numa conversa onde não visualizasse caminhos. E neste aspecto, Dilma, por ser já achegada ao poder federal, foi muito mais efetiva no convencimento.

Bem, são águas passadas, importa que o fim do processo eleitoral fez arrefecerem os corações. Do ódio da alta classe média paulista aos eleitores de Dilma, tratando-os como traidores de São Paulo à mansidão da aceitação da realidade dos resultados, e enxergando até características positivas em Dilma, quando de seu discurso.

Isto significa que as pedras foram devolvidas ao chão, diferentemente de Serra que, lembrando velhos tempos de militância abandonada declarou: "A luta continua!".

A realidade da vitória é contundente e apagará por um bom tempo a Murina e Serra, que procurarão manchetes como mineiros que escavam e escavam, sem encontrar nada.

Mas Dilma, não. Ela deverá mostrar a que veio, e que, ao contrário que a oposição e a mídia dizem, ela é sim descolada de Lula e tem pensamento próprio, sem divergir de seu parceiro e incentivador. E este é um desafio que só Dilma poderá fazer.

Pelo que dela conhecemos, vemos características de uma pessoa determinada, enérgica,   e também durante a campanha, alguém simpática e generosa.

Definitivamente ela não é boa oradora. Talvez o tempo venha a cobrir este lado tão importante, pois sabemos que toda capacidade perde importância diante de uma oratória pouco convincente. Ela é mais efetiva, quando exaltada, mas tem pequenos vícios de repetição de palavras, gaguejos, e silêncios, que provocam importantes interrupções no entendimento de seus ouvintes. Nada que um bom treinamento não possa resolver.

A oposição sinalizou que daqui para frente irá para o pau, para o confronto. Não vai dar moleza, mas fará oposição firme desde o início. Por isso, Dilma deve ser rápida nas ações, nas correções quando forem necessárias, nas obras, e fazer logo a composição ministerial, com o mínimo de divergências e buscando talentos, com os interesses políticos.

Não indicar sem analisar competência. O Brasil não quer figurinos, nem molduras, quer ministros REALIZADORES. Os partidos coligados vejam bem este aspecto, porque temos grande responsabilidade diante da nação, e Dilma, diante das mulheres em tornar nosso governo um governo de ação.

Vamos sentir saudade da tranquilidade de como Lula conduziu sua segunda gestão, e tratando das divergências com sua elevada capacidade de negociação. Igualmente temos muita esperança na efetividade de Dilma, o que parece ser sua marca.

Por enquanto este UFA dá-nos tempo, curto tempo, para refazermos nossas energias, desgastadas deste confronto inglório, que quase cindiu a nação.

Mas que as elites também saibam: a vontade popular de prosseguir na contrução de uma nação livre, poderosa, independente, mas também solidária e igualitária, é inquebrantável e resiliente, suporta todas as pressões.

Não se iludam com o povo brasileiro, porque "já raiou a liberdade no horizonte do Brasil".

O povo sabe seu caminho. Basta não traí-lo, nem serví-lo de maneira ineficiente. Temos que ser realizadores. Transformar a realidade social do Brasil enquanto fazemos o seu desenvolvimento.

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