10% dos mais ricos detém 75,4% das riquezas do país

Bem, escrevemos nestes dias sobre o crescimento da economia, o consequente aumento da oferta de empregos,e os diversos programas sociais da Previdência, entre eles o Bolsa Família.

Foi importante apresentar estes dados que mostram que milhões de brasileiros sairam da linha de pobreza e adentraram na chamada "classe média", embora mesmo aí se deva trabalhar bastante neste campo, durante o governo Dilma. ela mesma tem uma PROMESSA colocada nesta área

Agora, entretanto, vem o contraditório, onde o Govêrno não entrou com uma posição clara, que desejamos esteja também nas pautas das discussões.

Esta ascensão social ocorrida no país deu-se em uma conjuntura de desenvolvimento favorável, que aparentemente preservou a concentração das riquezas produzidas no Brasil, enquanto permeou uma mobilidade ascensional de vastas camadas sociais.

A diferença entre os que concentram as riquezas e o restante da população ainda é uma incógnita que o IBGE deverá trazer luz, com o atual recenseamento de 2010.

Mas já deve-se pensar num papel mais protagonista do Estado na superação destas diferenças, em vez de referendar o statu quo.

Esperamos que Dilma avance nestas conquistas numa real distribuição de rendas no país.

Dados revelados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que o quadro de desigualdades no país e a concentração de renda se mantêm entre os maiores do mundo.

Está aí o desafio desta geração: fazer o nosso  Brasil tornar-se um país justo e generoso com o seu povo, extirpando os sangue sugas que vivem secularmente dos suores, dores e aflições de muitos.

Falam que Cuba só tem carro antigo,não tem indústria, só o açúcar, que Havana é uma cidade antiga...

Penso que o bloqueio americano tem muito a ver com isto.

Mas quando vejo as seleções masculinas e femininas de voley deles nos campeonatos mundiais, noto que são gente simples do povo, reconhecendo que apesar das imensas dificuldades que têm, eles superaram em muito este aspecto da concentração da riqueza.

As soluções colocadas no artigo que transcrevo, do IPEA, está na reforma tributária e num maior investimento em educação. E para vocês, como se resolverá isto?

Segundo o Instituto, 10% da população mais rica do Brasil detêm 75,4% de todas as riquezas do país.


Ainda segundo a pesquisa a concentração é maior em três capitais brasileiras. A concentração é maior em São Paulo, onde 10% detém 73,4% de toda a riqueza. Esse número cai, em Salvador, para 67% e, no Rio, para 62,9%. Segundo Pochmann, um dos principais responsáveis pela distorção é o sistema tributário em vigor.

- O dado mostra que o Brasil, a despeito das mudanças políticas, continua sem alterações nas desigualdades estruturais. O rico continua pagando pouco imposto – disse ele aos jornalistas.

Na história brasileira, segundo Pochmann, pouco mudou desde o século XVIII, quando os 10% mais ricos concentravam 68% da riqueza, no Rio de Janeiro, capital do país. Este é o único dado disponível, no Instituto, anterior à atual pesquisa.

- Mesmo com as mudanças no regime político e no padrão de desenvolvimento, a riqueza permanece pessimamente distribuída entre os brasileiros.
Na contramão do equilíbrio fiscal pretendido por qualquer nação civilizada, no Brasil os pobres chegam a pagar 44,5% a mais de impostos do que os ricos, conforme mostra a pesquisa a ser apresentada ao CDES. O economista sugere que os ricos tenham uma tributação exclusiva, para conter esse regime de desigualdade, por meio de uma reforma tributária que calcule a contribuição de cada brasileiro conforme sua classe social.

- Nenhum país conseguiu acabar com as desigualdades sociais sem uma reforma tributária

Os meios de produção de riqueza do país estão concentrados nas mãos de 6% dos brasileiros. É uma das conclusões apresentadas no livro Proprietários: Concentração e Continuidade lançado em São Paulo.


A publicação é o terceiro volume da série Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil, produzida por Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e vários economistas do órgão.

Do livro, consta um levantamento que revela que, de cada 20 brasileiros, apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda: empresa, imóvel, propriedade rural ou até mesmo conhecimento – também considerado um bem pelos pesquisadores.

Em entrevista coletiva organizada para o lançamento do livro, Pochmann afirmou que a concentração das propriedades no Brasil é antiga e remete aos tempo da colonização. Desde a concessão das primeiras propriedades agrícolas, passando pela industrialização ocorrida no século 20, até o aumento da atividade financeira, os meios de produção sempre estiveram sob controle da mesma e restrita parcela da população nacional.

"A urbanização aumentou o número de propriedades e de proprietários, mas não acompanhou o aumento da população. A concentração permanece. Nós [brasileiros] nunca vivemos uma experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso país”, disse.

De acordo com o livro, os proprietários brasileiros têm um perfil específico comum. A grande maioria tem entre 30 e 50 anos de idade, é de cor branca, concluiu o ensino superior, e não tem sócios.

Para Pochmann, o quadro da distribuição das propriedades brasileira é grave. O Brasil tem seus meios produção de riqueza mais mal distruídos entre os países da América Latina, por exemplo. E isso não deve mudar em um curto prazo, segundo o economista.

Estamos fazendo reforma agrária desde os anos 50 e nossa distribuição fundiária é pior do que a de 50 anos atrás; nossa carga tributária onera os mais pobres; a única coisa que vai bem é a educação”, afirmou ele, citando dados que apontam que o percentual dos jovens que frequenta a universidade passou de 5,6%, em 1995, para cerca de 12%, em 2007.

Pochmann disse porem que mesmo com o aumento dos índices da educação, ele ainda está muito aquém do encontrado na Europa, onde 40% dos jovens têm diploma universitário. Ressaltou também que a mudança da distribuição das propriedades por meio da educação é a forma mais lenta de justiça.


Está aí. Os dados são claros. Depende de nós revirarmos este esqueleto secular de vampiro que suga o sangue dos trabalhadores.

É preciso fazer raiar o sol da liberdade no horizonte do Brasil

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