Aumento populacional e crescimento desigual da economia


Sou suspeito para apresentar este artigo porque inscrevi-me, eu e minha esposa, para sermos recenseadores do IBGE e não fomos chamados para o processo de seleção(será por causa de nossa idade mais pr'a lá do que pr'a cá?). Depois, para completar, não fomos entrevistados por ninguém. Deram um telefone para informar a falta, mas uma secretária eletrônica(haverá no futuro recenseamento para funcionários virtuais?) informa que as linhas encontram-se ocupadas (será tanta gente assim que não foi entrevistada?).

Bem, abro o jornal de hoje, 05 de novembro, e a primeira notícia diz que o crescimento da população será provavelmente menor, em torno de 185.712.713, do que a tendência esperadada de 191.500.000 habitantes.

Isto significa um crescimento de 9,4% em relação ao recenseamento anterior, de 2000, o que corresponde a quase 1% ao ano.

Como o conceito de crescimento econômico está em relação à taxa de crescimento da economia, a grosso modo o PIB, versus a taxa de crescimento populacional, é importante que analisemos com calma os dados conforme vão aparecendo.

 "Medido por paridade de poder de compra, seu produto interno bruto é próximo de 2 trilhões de dólares, fazendo a economia brasileira a nona maior do mundo em 2008 segundo o FMI, e décima maior economia segundo o Banco Mundial, tornando-a a segunda maior do continente americano, atrás apenas dos Estados Unidos"(Wikipédia). São dados impressionantes estes.


É interessante que o crescimento da população é, em média, menor na região sul(excetuando-se Santa Catarina, talvez devido ao turismo) e sudeste; e maior no NE e pelo Oeste e Norte, refletindo uma estabilização econômica no Sul/Sudeste, e um crescimento econômico do NE e nas novas fronteiras agrícolas pelo interior do nosso Brasil.

Este crescimento geral menor de habitantes, revela uma tendência de auto-controle populacional, no sul e sudeste, enquanto se mantém a tendência de aumento maior no NE, mas principalmente no Norte e Centro Oeste (Às vezes penso, como uma economia planejada como a chinesa, não considerou o aspecto subjetivo do crescimento populacional, e estabeleceu cotas de tamanhos de famílias, fazendo desaparecer primos e tios, a rede familiar).

É o crescimento econômico desigual do país com crescimento desigual populacional, reparando uma situação inversa que ocorria no país por todo o século XX, onde o Sul/Sudeste crescia mais, em detrimento dos demais.

Entretanto, tudo isto é nada, quando comparamos estes dados com os números apresentados do IDH, Índice de Desenvolvimento Humano. Sim, porque no IDH-D, onde mostra a desigualdade social, o país mantém acentuada desigualdade social, ainda que esteja decrescente ao longo do tempo.

Assim, há crescimento econômico, com aumento da distribuição de renda, mas as desigualdades não estão sendo superadas. É de fato, uma conjuntura sui generis. Dizem que é preciso investir mais na educação, na oferta de empregos, mas acrescento, porque não também, conscientização e participação  social e política? Para resolver este problema tem que se tentar de tudo, não concordam?

Enquanto os EUA preparam-se para retomar o papel de polícia do mundo, inundando o planeta com dólares sem lastro, tornando-se o tesouro norteamericano um falsificador internacional, o BRIC deve encontrar um plano de ação comum para barrar esta tentativa de inflacionar o mundo, e jogar todos na vala da crise.

Tenho dito.

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