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Amigos, amigos, negócios à parte

O PMDB tem uma característica autofágica. 

Fez de tudo para conquistar a posição de parceiro privilegiado do PT, e conseguiu.

Não foi tão simples assim.

Houve pressões e contrapressões quanto à escolha do vice, e acabou passando o Michel Temer, político inodoro, mas que, com mão de ferro se impôs primeiramente dentro do próprio PMDB, e depois a Lula, que pareceu à distância não gostar da escolha (também pudera, entre José alencar e Michel Temer, não há comparação).

Agora, sendo Governo, quer dar um "petit coup" em si mesmo. Como?

Abocanhando a Presidência do Senado e da Câmara dos Deputados de uma só vez. Sendo que na futura legislatura terá emagrecido mais.

Lembra a fábula da Tartaruga e do Escorpião, onde este pede carona para a tartaruga, que aceita acreditando que ele jamais a picaria porque senão morreria também. Só que o escorpião acaba picando a tartaruga dizendo: Desculpe-me eu não resisti. É a minha natureza fazer isto.

Qual a razão de tal voracidade?

Creio que, por trás desta pequena refrega estão interesses de classe distintos.

O PMDB vem para refrear o movimento de fortalecimento do papel do Estado no meio da sociedade.

É um partido que fez história na redemocratização, mas após a abertura pende de cá, pende de lá.

 Exemplos não faltam, como o da denúncia de Pedro bífano, sobre o sucateamento dos correios feita por Hélio Costa, para provocar a sua privatização. Os tucanos fizeram direto isso.

Amigos também, mas interferindo no desenvolvimento dos nossos negócios, vemos a Embraer passar por dificuldades na China, que fez parceria com a concorrente canadense, Bombardier.

A Embraer pode até mesmo fechar sua fábrica por lá, por não receber autorização de fabricação de aviões que possam competir, dentro de seu próprio território, e fabricado lá mesmo.

O mesmo não acontece por aqui, onde o setor de papel sofre acirrada concorrência dos produtos importados de lá.

Detalhe: a inflação em outubro na China foi de 4,4%, significando uma desvalorização do yen, o que vale facilitar as exportações. São nossos grandes parceiros comerciais e desejamos que assim continue, mas repete a história do escorpião, não é?

O companheiro Hugo Chaves também poderia colocar algum dinheiro na parceria que Lula lhe propôs e foi aceito, para a construção da refinaria de Abreu e Lima em Penambuco. Mas até agora não entrou dindin venezuelano por lá, e tudo parece que a parceria não irá para frente.

O Governo Lula que se encerra e o de Dilma que se inicia pode e precisa ser mais ágil em responder a tudo isso, porque a velocidade dos acontecimentos está aumentando.

Já os EUA já tem uma estratégia de inundar o mundo com dólares.

Mas esse não faz parte da fábula do escorpião.

É falcão mesmo

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