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Neuroses paulistanas

É simplesmente impossível sair de carro em São Paulo numa sexta-feira, à partir das 16:00 hs. porque está tudo parado.

A quantidade de filas de carros, e trânsito congestionado é imenso. 23 de Maio, intansitável, avenida Ibirapuera, idem, avenida Consolação também. Rebouças, nem pensar.

Uma saída inocente para fazer uma visita, ou um contato com um cliente, ou pegar algum material, acaba tornando-se uma epopéia, com dragões, escaramuças, batalhas, discursos, tudo acontecendo sobre o asfalto quente deste 19 de novembro de lua cheia.

Quando menos você espera, e já está cortando a frente de alguém, xingando outro, não dando passagem a quem espera a vez. Se você se observa, está um caco, com os nervos à flor da pelo, e cheio de impaciência.

São Paulo deve ter uma frota por volta de 20 milhões de veículos. Este tipo de desenvolvimento está entrando em colapso. O transporte individual está cada vez mais na contramão dos benefícios dos que se utilizam do transporte coletivo, e deve ser pensado assim pelos movientos sociais.

Já o transporte coletivo está completamente irracional, com avenidas cheias de empresas de ônibus que não abrem mão daquele trajeto, e ao final enchem as avenidas de ônibus semi vazios.

Falta, mais uma vez vontade política e coragem de propor mudanças no tipo de desenvolvimento com propostas claras de mudanças nas empresas deste setor, reorientando-as para novos nichos de mercado. Os carros pequenos são uma alternativa, mas paliativa. É de uma revolução no setor que precisa acontecer algo.

As proibições de veículos por final de placas em dias da semana hoje , é uma piada. Se seguir nesta linha deve-se proibir dois dias, e depois três. Ora proiba-se o transporte individual em avenidas chaves, pois o povo não tem que arcar com esta irresponsabilidade e irracionalidade.




Se eu for pegar o metrô ao final do dia na linha leste-oeste vai acontecer a mesma coisa. Nas outras linhas idem.

O Metrô de São Paulo está superado. Construir novas linhas do Metrô só aumnetará o congestionamento.

O correto era acrescentar mais linhas nos principais troncos, nas principais estações, para desafogar o fluxo que é muito grande, e cada vez maior.

Assistimos estupefatos, trens passarem vazios pela MarechalDeodoro, para atender  outras estações como Reública e Sé. São soluções adaptativas, mas não corretivas. Não resolverão.





É coisa de doido viver em São Paulo nos dias atuais.

O reino do tucanato se acha o dono da cocada, mas o rei está nú. Falta apenas uma criança gritar isto.


Sardinha em lata é o paulistano hoje, e cheio de disposição continua em frente seu dia de trabalho. Quando parou este trem do Metrô, em plena campanha eleitoral, quiseram por a culpa no PT, mas depois encontraram um papelzinho de "1quilo" na cabeça. Vai dormir com isso....De criadores de confusão em vítimas....

Não importa que a participação de São Paulo tenha caído no PIB nacional, que as indústrias tenham saído para outros estados, o paulistano é um abnegado, vai lendo livros, cortando caminhos, encontrando um barzinho para desafogar, até o dia que estourar, e botar pr'a quebrar, porque tudo tem limite. Depois vão dizer que são arruaceiros.

Mas diante de tudo isso, só posso concluir ser  a revolta um sentimento justo.

Estou P....da vida

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