Apenas os cães ladram nesta manhã.



Nada como os cães latindo
no silêncio da manhã
que desfalece.

Uma paz
cansada
sobrevive
das tormentas,
das grandes
batalhas
entre lençóis.

Uma mente
só,
uma esperança
indefinida,
uma mensagem
sem valor.

Assim passa o tempo...

Porque
há o momento
da justa
solidão,
onde os encontros
permanecem
suspensos
entre
diálogos
intermináveis,
repetitivos.

Talvez uma oração...

Mas e a força?
a fé?

Manhã
de
abandono
de projetos
totais,
e descobertas
do simplesmente
viver.

Grande maturidade
de não ser!

Uma
brisa
suave,
que fosse,
poderia
derrubar
muralhas.

Mas não!

Não nesta manhã,
em que apenas
os cães ladram
no vizinho.

Não desta forma
exilada
de si
mesma.




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