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Card. Dziwisz: Por que não queimei as anotações de João Paulo II

O secretário pessoal do papa polaco explica a profundidade dos escritos pessoais que foram publicados em um livro
Por Redacao
29 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) - Em 22 de janeiro se apresentava em Cracóvia o livro “Estou nas mãos de Deus. Anotações pessoais 1962 – 2003”, que recolhe as anotações espirituais de Karol Wojtyla. São as notas espirituais de João Paulo II inéditas e que se dão a conhecer pela primeira vez.
No Testamento, o Papa João Paulo II pedia que o arcebispo de Cracóvia Stanislaw Dziwisz, secretário pessoal e colaborador mais próximo do Santo Padre que o acompanhou durante quase 40 anos de Cracóvia a Roma, devia queimar estas anotações pessoais. No entanto, o Cardeal Dziwisz decidiu não fazê-lo: “eu fielmente cumpri o desejo do Santo Padre depois da sua morte em 2005 dando todas as coisas que tinha, especialmente as suas lembranças pessoais. Porém, não fui o suficientemente corajoso para queimar estas folhas de papel e cadernos com as suas notas pessoais, que tinha deixado, porque têm informação importante sobre a sua vida. As vi na mesa do Santo Padre, mas nunca as tinha lido. Quando vi o testamento, fui tocado pelo fato de que João Paulo II, - a quem tinha acompanhado durante quase 40 anos – me confiara também seus assuntos pessoais”.
O Arcebispo de Cracóvia explica que não queimou as notas “porque são a chave para entender a sua espiritualidade, ou seja, o que é o mais profundo de um homem: a sua relação com Deus, com outras pessoas e com ele mesmo”. Estas notas “mostram a sua vida até mesmo muito antes, nos anos em que foi ordenado bispo e o seu episcopado em Cracóvia. Nos permitem olhar a relação íntima e pessoal de fé com Deus, o Criador, o que dá a vida, com o Mestre e Professor”, explica o cardeal.
Da mesma forma, explica que “também mostram as fontes da sua espiritualidade – sua força interior e a vontade de servir a Cristo até o último suspiro da sua vida”. O cardeal conta que quando volta às anotações de João Paulo II, vê a pessoa do Santo Padre, “a quem vejo na capela de casa na rua Franciszkańska, quando ele está orando absorvido em Deus, de joelhos diante do Santíssimo Sacramento e ouço os seus suspiros na pequena capela do Palácio Apostólico no Vaticano".
Finalmente observa que "o seu rosto radiante nunca traiu o que estava sentindo. Ele sempre olhava com valentia para o crucifixo e o ícone de Nossa Senhora de Czestochowa. Estava aprendendo dela para completar a consagração a Deus, repetindo as palavras de Luís de Montfort: 'Totus Tuus ego sum, o Maria et Omnia mea Tua sunt’ – ‘Eu sou todo teu, oh Maria, e tudo o que é meu é teu’”.

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