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Relaxante muscular retira todo meu ânimo

Por um problema de hérnia de disco, estou tomando, entre outros, um relaxante muscular.

Melhor seria se dissessem que reduzisse as ansiedades, e o efeito seria o mesmo.

Bem, por mais consciente que me veja, ainda não atingi o estágio de reduzir, pelo "poder da mente", esta sôfrega busca de nada.

O caso fica sério quando me dou conta de que ando feito um zumbi, para lá e para cá, sem pensamentos que cheguem ao fim, porque esvoaçam e somem.

Até os dedos ressentem-se dos esforço natural no teclado e pedem descanso.

Caminhar envolve grande abnegação, como se o deserto do Saara estivesse em casa e cada passo precisasse de uma miragem para continuar.

Quero acertar detalhes de um assunto, mas não; fica para mais tarde, quem sabe amanhã.

O ano passado não tomava remédio algum e fazia até corridas leves de 10 km.

Agora, adoeceram-me por conta própria, e fico pensando se algumas profissões não extrapolaram suas prerrogativas profissionais sobre o direito individual de se viver em liberdade.

O Brasil de hoje, mercantilizado, pouco se interessa por ser certo, mas em tirar o melhor proveito.

E a medicina, que deveria ser uma profissão honrosa, tornou-se uma exploração do doente, do necessitado.

Grande parte dos médicos residem e trabalham nos grandes centros econômicos, usufruindo de todas as benesses do sistema, mas odeiam quando lhes lembramos dos médicos cubanos, tão diferentes e humanos.

Bem, vou ficando por aqui, cansado já cedo, desejando um bom domingo a todos os leitores deste Pó das Estradas.

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