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A atual sociedade retratada no futebol brasileiro

Uma sociedade que se acha a tal, cheia de novidades, mas que não atinge tão bem os resultados.

Coloca a bola na marca de penalti, e erra.

Não tem objetivos claros, nem sabe escolher o canto certo.

Joga contra o Paraguai, pagando por uma guerra fratricida do passado, sempre relembrado e vingado, sociedade brasileira que sangra nas bolas estratosféricas e nas areias movediças

É boa de drible, tem muitas promessas, mas não dá liga.

Tenta reeditar um passado vitorioso, mas não estabelece a ponte para os dias atuais.

Recebe marcação cerrada desde a defesa, falta de espaço, onde nem sequer pode pensar, mas decidir rápido a qualquer custo, sem os cuidados devidos.

Tudo num único toque de bola, passando um por cima do outro

Reter a pelota é sofrer ataque impiedoso e violento, sem ética, interrompendo um avanço que não ocorre.

Porque não existem mais espaços, criatividade, tempo.

Existe a matemática de cálculos simples, tradicionais.

Inversão do sentido do progresso, afirmação do ter a qualquer custo.

Nada de teorias, estratégias, porque não é possível seguir ou combinar, onde a sombra e o adversáro se confundem.

Tempos de ausências de nomes, equipes, espetáculos.

Tempo frio, da esperteza dos golpes, em faltas que passam por baixo, ou ao lado da barreira que nos protegem. 

Clamem os técnicos!  São muitos e falam melhor por todos.

Os jogadores são apenas números que repetem como papagaios o que mandam dizer, e às vezes jogam.

As palavras provocam deslizes perigosos.

Por isso, todo cuidado é pouco. 

"O professor sabe o que é melhor".

A personalidade cultural do país está enferma, sem conjunto, sem raça, sem samba.

Está esquecida pelo poder do dinheiro que tudo compra, desafiando as novas expressões da criatividade dos talentos.

Quem ganhará? O poder econômico? A Espanha? Itália?

Os miseráveis torcem para que os milhões não corrompam os novos craques, postos em falsos pedestais de vaidades.

Brasil, onde te vi, que estás perdido?




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