A polêmica sobre os destinos do povo de rua



Estas últimas semanas, em vista do crescente número de moradores de rua nas grandes capitais do país, os governos dos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo procuraram estabelecer políticas mais duras para resolver o problema.

Foi formada então, na Câmara Municipal de São Paulo uma comissão para analisar como se pode eliminar a miséria que se alastra na capital, sem necessitar obrigar o povo de rua a fazer algo contra a sua vontade.

Distinguimos assim, dois modelos de erradicação da miséria, que ainda não tem uma elaboração completa, mas que já se pauta por uma colocação ética do como deve ser feito: um busca a internação compulsória, e outro a conscientização.

Duas questões ficam sem ser feitas, sendo importantes:

1) Já se perguntou ao cidadão paulistano o que ele acha que deve ser feito?

2) Já se delineou o perfil de cidadão que se espera do povo de rua abandonado?

 O cidadão paulistano no qual me insiro, deve ser ouvido, para se saber o que ele acha.

É ele quem paga os impostos que servem para se cuidar das praças públicas, da limpeza das ruas e das calçadas. Ele é quem escolhe o prefeito e os vereadores.

Uma pesquisa pode ser feita para se delinear o que o paulistano espera como política para se erradicar a miséria e os abandonados nas ruas.

A outra questão, sobre qual é o perfil esperado da população de rua? Tornar-se um cidadão com moradia e trabalho?

Penso que nem uma política compulsória, nem uma política pautada na conscientização de per si serão autossuficientes para resolver o problema.

O governo municipal tem um imenso papel na erradicação do povo de rua e na transformação destes em cidadãos paulistanos, ao ofertar empregos ou preparar a profissionalização.

Não um emprego, mas vários.

Penso que aqueles que quiserem trabalhar devem ser ajudados, e os que não queiserem trabalhar devem ser fortemente convencidos a isto, ou deverão receber restrições.

Lógico, que ao se oferecer trabalho, se procurará acompanhar a pessoa com toda sorte de exames.

O que não se pode é ter pessoas que não desejam trabalhar e ficam largados, sujos e drogados por todo o dia pelas calçadas do centro da cidade.

Tenho certeza que muitos desejam uma oportunidade para sair desta situação, mas existem os que já se acontumaram na dependência e estão numa precária zona de conforto.

Estes devem ser convencidos fortemente a aderir.

A cidade não pode suportar pessoas acomodadas quando existem oportunidades. Nem pessoas drogadas que não queiram libertar-se. É preciso ser icisivo na erradicação da pobreza.

A maior pobreza é a daquele que a aceita e não deseja dela sair. Existem aqueles que não querem sair desta situação, mas permanecer nesta vida.

Não é o que pensamos.

Até para se comprar drogas um drogado é capaz de lavar os vidros dos carros, nos semáforos vermelhos, quando não se arrisca roubando.

Existem moradores que estão tão sujos, fedidos, e drogados que não se consegue nem chegar perto deles.

Abandonar tudo, isto não podemos aceitar.

É preciso reacender a esperança e a vida nas pessoas, com o apoio do governo e dos empresários.

É o que pensamos.

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