Pular para o conteúdo principal

FGV apresenta estudo de 6 anos de religiosidade no Brasil do Século XXI

Alguns dados interessantes:

1) Queda do número de católicos, de 74% para 68%. É um número expressivo, mas indica diminuição na queda de católicos, em relação ao que se observava nas últimas décadas do Século XX.

2) Queda do crescimento dos evangélicos, sendo que houve até diminuição, principalmente nas classe A e B. ]Atualmente estes se concentram mais nas classes C,D,E. A FGV aventou a possibilidade de diminuição dos evangélicos com a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Como os evangélicos têm utilizado a questão econômica em suas pregações, estando este segmento melhorando suas condições, supõe os técnicos da FGV, que eles deixem esta fé. 

3) Aumento do número dos espíritas, principalmente nos estratos A e B.

4) Finalmente, aumento dos Sem Religião, principalmente nas classes A e B.


Considerando que a Igreja Católica não tem um crescimento expressivo no número de seus sacerdotes, esta diminuição na queda dos católicos se dá dentro dos marcos da atual estrutura da Igreja Católica

Considerando que as Igrejas Evangélicas tem um crescimento expressivo no número de seus pastores, esta diminuição do aumento dos evangélicos se dá num quadro de crescimento do números de Igrejas Evangélicas e de pastores.

As pequenas religiões encontraram fôlego, principalmente os espíritas, budistas, e candomblé, no início do século XXI, seguindo na rabeira desta "disputa religiosa maior", como se diz no popular, "comendo pela borda".

Devido a razões diversas, cresceu também o número dos "sem religião" ( o termo não é exato), que é um fenômeno que transcende a adoção de uma crença agnóstica  ou atéia, mas representa em grande parte uma desilusão com experiências religiosas, e um momento de reflexão sobre suas escolhas.

À partir destes números, pode ser feita uma correlação entre a queda do crescimento dos católicos e dos evangélicos, com o crescimento dos sem religião e das demais igrejas não tradicionalmente cristãs.

Pode-se levantar a hipótese de que estes dados representam uma queda da tradição religiosa familiar, e mais profundamente, uma queda da importância da família, na escolha de uma crença. Olhando mais adiante, constata-se perda crescente de valores familiares.

Os sem religião são o segmento que mais desperta o interesse, pois seu crescimento tem sido grande.

Eram 0,5% nos anos 60 e em 2009 são 6,7% da população, um número próximo dos 13 milhões de pessoas.

E o número cresce conforme aumenta a escolaridade chegando-se aos intrigante 17,4% de não religiosos entre mestres e doutores.

Este é um fenômeno também presente nos EUA onde este número está perto dos 15% e ainda distante de uma Europa com mais de 40%.

Deixamos este artigo ainda com muitas interrogações. Iremos reunindo mais dados para esclarecer melhor estes dados da FVG.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como devia estar a cabeça de Mário de Andrade ao escrever este poema?

Eu que moro na Lopes Chaves , esquina com Dr.Sérgio Meira, bebendo atrasado do ambiente onde Mário de andrade viveu, e cuja casa é hoje um centro cultural fechado e protegido a sete chaves (que ironia) por "representantes" da cultura, administrada pela prefeitura... Uma ocasião ali estive, e uma "proprietária da cultura" reclamou que no passado a Diretoria da UBE - União Brasileira de Escritores, da qual fiz parte,  ali se reunia, atrapalhando as atividades daquele centro(sic). Não importa, existem muitos parasitas agarrados nas secretarias e subsecretarias da vida, e quero distância desta inoperância. Prefiro ser excluído; é mais digno. Mas vamos ao importante. O que será que se passava na cabeça do grande poeta Mário de Andrade ao escrever "Quando eu morrer quero ficar". Seria um balanço de vida? Balanço literário? Seria a constatação da subdivisão da personalidade na pós modernidade, ele visionário modernista? Seria perceber São Paulo em tod...

O POVO DE RUA DE UBATUBA

 Nos feriados, a cidade de Ubatuba dobra o seu número de habitantes. Quando isso acontece, logo retiram os moradores em situação de rua, de seus locais, porque consideram que estes prejudicam a "imagem" da cidade. A questão é que os moradores de rua somente são lembrados quando são considerados prejudiciais à cidade. Não existe em Ubatuba uma política de valorização do povo de rua, capaz de diagnosticar o que impede eles de encontrar saídas dignas para suas vidas. Não existe sequer um local de acolhimento que lhes garanta um banho, uma refeição e uma cama. Saio toda semana para levar comida e conversar com eles.  Alguns querem voltar a trabalhar, mas encontram dificuldade em conseguir, tão logo sabem que eles vivem na rua e não possuem moradia fixa. Outros tem claro problema físico que lhes impede mobilidade. Outros ainda, convivem com drogas legais e ilegais.  O rol de causas que levaram a pessoa viver na rua é imenso, e para cada caso deve haver um encaminhamento de sol...

PEQUENO RELATO DE MINHA CONVERSÃO AO CRISTIANISMO.

 Antes de mais nada, como tenho muitos amigos agnósticos e ateus de várias matizes, quero pedir-lhes licença para adentrar em seara mística, onde a razão e a fé ora colidem-se, ora harmonizam-se. Igualmente tenho muitos amigos budistas e islamitas, com quem mantenho fraterna relação de amizade, bem como os irmãos espíritas, espiritualistas, de umbanda, candomblé... Pensamos diferente, mas estamos juntos. Podemos nos compreender e nos desentender com base  tolerância.  O que passo a relatar, diz respeito a COMO DEIXEI DE SER UM ATEU CONVICTO E PASSEI A CRER EM JESUS CRISTO SEGUINDO A FÉ CATÓLICA. Bem, minha mãe Sebastiana Souza Naves era professora primária, católica praticante,  e meu pai, Sólon Fernandes, Juiz de Direito, espírita. Um sempre respeitou a crença do outro. Não tenho lembrança de dissensões entre ambos,  em nada; muito menos em questões de religião. Muito ao contrário, ambos festejavam o aniversário de casamento, quando podiam, indo até aparecida d...