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Censo mostra o novo e o velho Brasil se confrontando

- O aumento do número de habitantes é o menor da história do país - 1,17% ao ano.  Isto significa que está ocorrendo uma redução no crescimento populacional, o que é em certa medida bom, pois pode estar ocorrendo algum tipo de consciência e planejamento familiar, porque não? Soltei um artigo estes dias mostrando o crescimento decrescente da população européia. O Brasil caminha para o mesmo rumo. A nossa vantagem é que temos facilidade de incorporação de diversos segmentos raciais ao povo brasileiro, diferentemente de outros países que tem identidade racial bem demarcada, e devido a isso acabam tornando-se mais racistas com os processos de imigração, pois pode por em cheque sua identidade nacional.

Para cada 100 mulheres há 96 homens. Em 2000 a relação era de 100 para 97. Não é uma relação ruim. Há equiparação. Lembremo-nos que existem países que não incentivam o nascimento de mulheres, matando as que nascem, só para se criar meninos. Não citarei os países porque tenho ânsia de vômito com estas políticas bestiais. O Brasil não tem controle populacional, o que se tornou uma boa política, pois nota-se uma auto-regulação da população. A intervenção do Estado nesta area deve ser respaldada pela população, e pontual, deixando-se a liberdade de escolha.

-Analfabetos já são menos de 10%. Em 2000 era 12,8%, agora é 9%. Esta é uma questão moral. Sendo moral, a política deve ser ANALFABETISMO ZERO. Estes dias um rapaz pediu-me para ajudá-lo a preencher um formulário de emprego. Notava-se que era analfabeto, com grande disposição de trabalhar. Condoido, ajudei-o, mas penso que dificilmente ele conseguirá uma vaga, pois não tem canal de comunicação.

- A população está envelhecendo.  A população com 65 anos ou mais, em 2000 representava 5,9% da população. Em 2010 atingiu 7,4% . Isto significa que a´qualidade de vida melhorou, o atendimento dos serviços de saúde, alimentação, aposentadoria, empregos, tudo tem a sua influência. Por outro lado não há renovação como se deseja, e pode ocorrer maior conservadorismo, e menos renovação de valores no país.

- Há 60.000 famílias de casais gays no país. Definitivamente o Brasil entrou na era da liberdade da escolha de vida a dois. A população gay, de discriminada,  vai paulatinamente estruturando sua forma de viver, e defendendo-se como pode.

- O saneamento atingiu mais da metade da população.Saltou de 47,2% em 2000, para 55,4 em 2010. É um índice ainda muito pequeno, e é o responsável por grande quantidade de doenças que atingem as crianças principalmente. A solução nesta área repercutirá necessariamente no índice de mortalidade infantil no país. Infelizmente se caminhou pouco no saneamento, ainda que esteja aumentando no país.

- Energia elétrica conseguiu atingir a quase todos. Em 2000 eram 94% da população. Em 2010 é 98,7%.  Não é atoa que Dilma estes dias chamou uma reunião para se analisar como evitar aumento de energia elétrica. Sabemos que este aumento repercutirá diretamente em toda a população. Sabemos que este aumente impactará também em nosso desenvolvimento. O Brasil precisa construir mais usinas hidroelétricas, e de outras fontes de energia e progressivamente ir desativando as usinas termoelétricas. O Maranhão com uma das maiores marés do mundo e o NE com tantas correntes de ventos e não se aproveitam estas fontes naturais?

- A renda per capita de 0,5 a 2 salários mínimos foi identificada em 50,6% dos domicílios da população pesquisada. Esta é a chamada classe C, e esta não é uma boa notícia, pois temos visto que em 5 ou 10 anos de uma política errada e esta população pode crescer bastante. Veja-se o caso da Argentina, e o surgimento das favelas por lá. Pensar que a metade do país recebe até dois mínimos é acender a luz amarela, de atenção. Temos muito

- A população cresce mais no Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%) e menos no Sul (0,87%), refletindo as novas fronteiras econômicas de um país continental. O Brasil desloca seu desenvolvimento, acelerando em algumas regiões e desacelerando em outras.

- O brancos deixaram de ser maioria no país, graças a Deus. Em 2000 representavam 53,74% da população e agora em 2010 são 47,7%. Isto para o país é ótimo, pois vai deixando de ser um país de brancos, de maioria branca, para tornar-se um país verdadeiramente multirracial.

A população urbana está imensa, 84,4% em 2010, relativamente aos 81,2 em 2000. O problema é a falta de produtividade que vem com a tranferência da população do campo para a cidade. Este índice é exorbitante, e representa a presença da grande propriedade rural na terra brasileira, expulsando o pequeno produtor rural. É uma vergonha para o país este índice, que representa a discriminação ao pequeno agricultor do campo.

Resumindo o pior: Mais da metade da população ganha até dois mínimos e praticamente só 25% moram no campo.

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Achei o blog com assuntos e argumentos inteligentes e interessantes, João. Gostei. Compartilhando. Sucesso e paz.

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